Justiça

PJ investiga ataque informático ao Ministério da Economia

Ataque terá implicado pedido de resgate para desbloqueio do sistema Pedro Granadeiro / Global Imagens

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar um ataque informático, esta quinta-feira, a sites de organismos tutelados pelo Ministério da Economia e do Mar, apurou o JN.

As primeiras diligências apontam para que tenha sido usado um "ransomware", um programa nocivo que bloqueia o sistema até que a vítima pague o resgate exigido. A tutela garantiu, ao JN, que não foram comprometidos dados.

"Não há comprometimento de informação, devido à robustez do sistema", afirmou fonte oficial do ministério liderado por António Costa Silva, escusando-se a precisar quais foram os organismos cujos sites foram visados pelo ciberataque. A mesma fonte assegurou, a meio da tarde, que a situação seria "normalizada até ao final do dia".

Ao todo, são 41 os gabinetes, direções-gerais, autoridades, agências e outras entidades tuteladas pelo Ministério da Economia do Mar. Dos que têm página própria online, só o Turismo de Portugal estava, pelas 20 horas desta quinta-feira, inacessível.

Não é inédito

Esta não é a primeira vez que um ministério é alvo de um ataque informático. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, tinha sido já visado o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A intrusão foi, na altura, detetada pelo Serviço de Informação e Segurança (SIS).

A Assembleia da República, o Instituto da Segurança Social, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a TAP foram outros órgãos e entidades públicas que, durante o ano passado, foram atacados por piratas informáticos. Os hackers visaram igualmente entidades privadas.

No total, o Centro Nacional de Cibersegurança registou, em 2022 e segundo o Relatório Anual de Segurança Interna, 78 incidentes relativos a segurança de informação, dos quais 69 foram ataques de "ransomware". Tratou-se, ainda assim, de uma minoria das ocorrências registadas.

Destaque destaque DADOS centro

Fraude em maioria

Dos 2023 incidentes registados no ano passado pelo Centro Nacional de Cibersegurança, 871 foram fraudes com recurso a páginas aparentemente legítimas.

Criminalidade a subir

O organismo abriu e resolveu em 2022 mais 236 incidentes do que em 2021. Só em segurança de informação foram mais 40.

Inês Banha