OE 2011

Pires de Lima diz que premissas macroeconómicas estão "sobreavaliadas"

O presidente da Unicer e ex-dirigente do CDS-PP, António Pires de Lima, afirmou que as premissas macroeconómicas da proposta do Orçamento do Estado para 2011 estão "sobreavaliadas", mas apelou à aprovação do documento.

"Tendo em atenção as medidas de corte da despesa que estão previstas, eu creio que é uma proposta que parte de um erro que devia ser corrigido, que é o facto de as premissas macroeconómicas estarem sobreavaliadas", disse à Lusa Pires de Lima.

Para o presidente da Unicer, "é um voluntarismo excessivo pensar que com o tipo de medidas que estão a ser tomadas a economia pode ter um crescimento, ainda que marginal, e que o desemprego se mantenha praticamente aos níveis em que está hoje".

Pires de Lima salientou o corte na despesa, "de quase quatro mil milhões de euros", afirmando que "era aquilo que era necessário" fazer.

"Vivemos pelo menos 15 anos de governação muito irresponsável e este orçamento é um corolário desses 15 anos de irresponsabilidade, dos quais 13 são de responsabilidade do PS", afirmou.

O presidente da Unicer apelou à viabilização da proposta de Orçamento do Estado (OE) na Assembleia da República, sob pena de Portugal ter "uma situação financeira calamitosa, potenciada por uma crise política", o que originará "um caso ainda mais grave e mais complicado de gerir do que a Grécia".

Se a proposta de OE for "aprovada e efectivamente executada, provavelmente evitaremos a necessidade de recorrer ao Fundo de Sustentabilidade Europeu e ao Fundo Monetário Internacional" (FMI), sustentou.

Em Setembro, Pires de Lima afirmou ser "quase inevitável a pressão de uma entidade como o FMI para Portugal fazer as reformas" necessárias se não existir um Orçamento que permita cortar a despesa em 2011.

O ministro das Finanças classificou o OE2011 como o Orçamento mais "importante dos últimos 25 anos", no qual está espelhado um conjunto de medidas de austeridade, entre as quais cortes nos salários dos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões, e o aumento de impostos, com o IVA a subir para 23% e uma redução drástica das deduções em sede de IRS.

Em termos de previsões macroeconómicas, o Governo prevê um crescimento da economia de 0,2% e um aumento do desemprego para uma taxa de 10,8%.

Redação