Desporto

Dragões podem ficar a dez pontos de distância do rival

F. C. Porto-Benfica é muito mais do que um simples jogo de futebol. É a rivalidade acesa entre dois clubes desavindos. Hoje, a bola rola no Dragão. Em caso de vitória, os portistas ficam com dez pontos de vantagem em relação ao rival. É uma via aberta para o título.

Faz amanhã três meses, o pano de fundo à volta do primeiro clássico da época era bem diferente do actual. O F. C. Porto e o Benfica encontravam-se na Supertaça, o vencedor da Taça de Portugal frente ao campeão nacional. O primeiro tinha protagonizado uma pré-época regular, o segundo garantido uma série de triunfos dilatados. Era o grande favorito, tinha o moral em alta e quase nada poderia impedi-lo de vencer. Mas perdeu. Os dragões conquistaram o troféu à custa de um jogo muito bem conseguido, mandaram o adversário ao tapete e souberam fazer das críticas um factor de motivação. A águia sentiu o golpe e averbou duas derrotas consecutivas logo a abrir o campeonato.

Por isso, o futebol é imprevisível. Hoje, no dia do clássico mais quente do futebol português, os papéis inverteram-se. O Benfica está a sete pontos da liderança e encara o desafio quase como decisivo. É verdade que soma cinco vitórias consecutivas na Liga, não sofre golos em outros tantos jogos, mas o F. C. Porto respira mais confiança. Pratica um futebol sedutor e ainda não perdeu qualquer jogo oficial ao longo da temporada. É o grande favorito à vitória. Não só porque joga em casa, mas porque está mais à vontade em termos classificativos. Não está pressionado e isso também faz a diferença.

O triunfo dos dragões não dá o título à 10.ª jornada, mas marca uma diferença pontual significativa. Deixa o rival a dez pontos de distância, quase afastado da revalidação. Por isso, o jogo desta noite, além da rivalidade, além das polémicas, além dos ataques verbais, tem esse lado quase determinante para o Benfica. Quase. Como dizia Bill Shankly, antigo treinador do Liverpool, "se és o primeiro, és o primeiro; se és o segundo, não és nada".