Aveiro

Candidato do PS a Aveiro: “Vamos subarrendar casas das imobiliárias”

Alberto Couto, candidato do PS à Câmara de Aveiro Foto: Maria João Gala

Alberto Souto, candidato do PS à Câmara de Aveiro, diz que encontrou solução para resolver de imediato os problemas da habitação, pagando uma parte das rendas.

Regresso Alberto Souto, 67 anos, jurista, quer voltar à presidência da Câmara de Aveiro, onde esteve entre 1998 e 2005. Mas para isso, o escolhido do PS tem de ganhar ao irmão Luís (PSD-CDS-PPM). Uma disputa que não queria, porque lhe trava a língua. Mas não as ideias. Como as que tem para a habitação.

Se soubesse que o seu irmão iria ser candidato à Câmara, teria aceitado avançar?

Não teria aceitado. O meu irmão disse em família que não seria candidato e que iria ser o número dois (Rogério Carlos) de Ribau Esteves, atual presidente. Foi uma triste surpresa.

Isso condiciona-o?

Claro. Eu gosto de ser acutilante, mas sendo meu irmão obriga-me a uma contenção do vocabulário, porque o mais importante não é a política, é a relação familiar.

Porque nunca se candidatou, em três mandatos, contra Ribau Esteves? Receio de perder?

Porque a política e as circunstâncias da vida fizeram com que nunca acontecesse.

Está em campanha desde o início do ano, tem semanalmente apresentado ideias em todas as áreas, mas se tivesse de escolher as mais importantes, quais seriam?

Há quem me critique por ter ideias, mas o problema é não ter ideias. São ideias, não são promessas, porque essas estarão no programa eleitoral, que ainda não foi apresentado.

Tem aqui a oportunidade de antecipar as principais medidas.

A habitação é a prioridade porque, tendo o atual presidente da Câmara milhões do PRR disponíveis e terrenos, construiu zero habitações públicas. Por preconceito ideológico. Preferiu casas a custos controlados, acreditando que o mercado resolve tudo, mas há sempre que precise de casas públicas porque não tem dinheiro e os bancos não emprestam.

Como resolve o problema?

A medida que encontrei para dar resposta imediata aos pedidos que vou encontrar, que não sei quantos são, passa por a Câmara ir ao mercado de arrendamento arrendar pelo preço que for. Se forem 800 euros, paga 800, e depois subarrendamos a quem precisa por 400, suportando o diferencial. Fazemos isto durante os quatro anos de mandato e nesse período pegamos no dinheiro do PRR e nos terrenos que temos e construímos habitação pública. Não falo de habitação fraca, nem de bairros sociais.

A Câmara tem dinheiro para isso?

Tem e espero que também tenha terrenos, apesar de Ribau Esteves estar a vender tudo para construção de luxo. E também há apartamentos para arrendar.

Outra prioridade?

As zonas verdes. É uma vergonha que nenhum grande parque tenha sido feita nos últimos anos. Nós vamos fazê-los. Onde? Nas Barrocas, em Esgueira, um maior, por cima do Pavilhão do Galitos, e mais em diversas freguesias.

Tem focado a mobilidade no centro da cidade.

Na Lourenço Peixinho, aquele projeto, para além de ter descaracterizado a avenida, criou problemas de trânsito. Os engarrafamentos resolvem-se com um semáforo para peões junto ao Café Ria e com o fim da zona de confluência entre peões e automóveis em frente à Capitania, colocando ali outro semáforo para peões. Na EN109 temos de desnivelar a “rotunda do rato”.

Dos projetos do atual executivo, já disse que alguns não avançarão consigo.

O Pavilhão Oficina é para parar. Vai-se gastar 22 milhões num pavilhão com 4 paredes e 2500 lugares. Isso vai impedir que nos próximos anos Aveiro tenha um pavilhão multiusos para 5000 pessoas, capaz de acolher finais nacionais e internacionais das diversas modalidades e com polivalência, para concertos, por exemplo. Com esse dinheiro e com empresas interessadas no espaço, vamos conseguir mais 10 milhões, que dá para o multiusos.

E que resposta dá os clubes que não têm onde treinar?

Vamos dar polivalência desportiva ao Parque de Feiras.

Objetivo eleitoral?

Ganhar a Câmara e as juntas.

Se perder aceita ser vereador?

Não aceito.

João Paulo Costa