Candidatura de Alberto Souto à Câmara discorda da decisão do atual executivo, liderado por Ribau Esteves, e quer preservar imóvel.
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Alberto Souto apresentou uma providência cautelar para impedir a demolição da Casa dos Vila Boas, antiga sede da CERCIAV, na envolvente ao Conservatório Calouste Gulbenkian, junto ao hospital, na cidade de Aveiro. O candidato do PS à Câmara de Aveiro discorda do atual executivo camarário, liderado por Ribau Esteves (PPD/PSD-CDS-PP/ PPM), que justificou a decisão pela necessidade de aumentar os espaços de ensino e formação das várias valências do conservatório. Entende que "a legítima necessidade do Conservatório é compatível com a preservação e recuperação do imóvel".
"Não sendo previsível a reversão da decisão anunciada pelo Presidente da Câmara Municipal, nem qualquer manifestação de abertura para outra solução possível e desejável, Alberto Souto apresentou, na passada semana, uma Providência Cautelar que permitiu a suspensão do processo, até decisão final do tribunal", explica a candidatura de Alberto Souto, em comunicado enviado esta quarta-feira. Na missiva congratula-se com "a suspensão do processo e espera que a decisão final do tribunal possa servir a defesa do património aveirense". Alberto Souto "irá chamar como testemunha Luís Souto", que também concorre à Câmara, mas pelo PSD, acrescenta.
Segundo os socialistas aveirenses, "estão identificadas e são conhecidas as necessidades do Conservatório de Aveiro - Calouste Gulbenkian em ter uma sala para dança e para outras valências", mas "essas necessidades não têm que implicar destruir ou demolir elementos que marcam a identidade urbana aveirense". E apontam "bons exemplos de preservação e reabilitação", que incluem o Teatro Aveirense, a Fábrica Jerónimo Pereira Campos, a antiga Estação da CP, a antiga Capitania de Aveiro e a ampliação do Museu de Santa Joana.
"O desenho do espaço público ou a implementação de políticas públicas urbanísticas que melhorem a qualidade de vida das populações e que sirvam para projetar novas dinâmicas territoriais não precisam de desvalorizar e destruir o património, a memória e a história identitária da comunidade", pode ler-se ainda no comunicado, que sublinha a necessidade de preservar o imóvel, exemplo da "arquitetura típica da Casa Portuguesa, da Escola do Arquiteto Raul Lino, que durante vinte anos foi deixado ao abandono".