Os cinco homens e uma mulher detidos em Espanha, na operação "Mãos Duras", que a Polícia Judiciária (PJ) e a Guardia Civil realizaram, em junho último, foram extraditados para Portugal. Todos são suspeitos de integrar uma rede de tráfico de seres humanos, que sequestrava vítimas em território nacional para as obrigar a trabalhar do outro lado da fronteira. Dois deles foram libertados pelo Tribunal de Castelo Branco.
Segundo a PJ, os seis detidos "foram extraditados para Portugal, durante o mês de agosto, depois de cumpridos os trâmites legais em território espanhol".
"Presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Castelo Branco, a três dos arguidos foi-lhes aplicada a medida de coação de prisão preventiva, tendo um ficado sujeito a obrigação de permanência na habitação sob vigilância eletrónica e dois com obrigação de apresentações periódicas e proibição de contactos com as vítimas", acrescenta a PJ num comunicado desta quarta-feira.
Em junho, a PJ anunciou a detenção de seis elementos de um grupo familiar, entre os 22 e os 54 anos, que recrutava trabalhadores, há vários anos, em Portugal para explorações agrícolas em Espanha.
As vítimas eram "pessoas fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social" e duas delas "foram sequestradas em Portugal, em finais do passado mês de abril, e obrigadas, mediante ameaça e coação com arma de fogo, a viajar até ao local onde foram resgatadas".
Os suspeitos prometiam bons empregos, mas os trabalhadores acabavam por ser explorados, uma vez que os suspeitos ficavam com grande parte do salário auferido pelas vítimas, que eram mantidas em condições de higiene deploráveis e sob constante ameaça e coação.