A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) detetou 55 vítimas de tráfico de pessoas no ano passado. A maioria destinava-se à exploração laboral, tinha origem africana e estava em situação de vulnerabilidade.
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Segundo dados divulgados esta quarta-feira, em 2024 a APAV apoiou ou sinalizou 32 vítimas do sexo feminino e 21 do sexo masculino, sendo que 45 tinham entre 18 e 64 anos. Das informações recolhidas pela associação, 31 delas destinavam-se para exploração laboral, 13 para exploração sexual, três para escravidão e três para mendicidade. Doze das vítimas residiam no distrito de Faro, onze em Lisboa, seis em Beja e cinco em Setúbal.
Em 38 casos houve apresentação de denúncia. As vítimas foram coagidas ou enganadas maioritariamente por estarem em situação de vulnerabilidade, por violência física, por ameaça, fraude ou abuso de autoridade. A principal origem das vítimas é africana (18), seguindo-se a americana (12), a europeia (12) e a asiática (10).
As vítimas eram controladas por estarem em situação de desemprego, afastadas da família, em estado ilegal ou em exclusão social e, por causa dessas condições, eram ludibriadas, agredidas, ameaçadas ou isoladas.
A APAV lembra que hoje, 30 de julho, se assinala o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, uma data de extrema relevância, sendo este um crime que continua a fazer milhões de vítimas todos os anos, adaptando-se e transformando-se com a sociedade e as suas dinâmicas.