O PS pediu a audição parlamentar urgente do reitor da Universidade do Porto sobre as alegadas pressões para admitir a entrada em Medicina de alunos sem a classificação mínima, considerando que o ministério não esclareceu tudo. Também a IL requereu a audição urgente do ministro Fernando Alexandre e do reitor António Sousa Pereira.
"Aquilo que as notícias publicadas hoje nos permitem perceber, por palavras do reitor da Universidade do Porto, é que houve pressões para fazer entrar na faculdade de Medicina umas dezenas de alunos que não tinham obtido a classificação mínima na prova do respetivo concurso e que o senhor ministro da Educação poderia ter estado disposto a proceder nesse caso de modo não conforme ao quadro legal para acesso ao Ensino Superior", afirmou, em declarações à Lusa, o deputado do PS Porfírio Silva.
Para o deputado do PS, "o país precisa de ter confiança nas instituições e no cumprimento das regras de acesso ao Ensino Superior" e é preciso esclarecer esta situação, motivo pelo qual o PS deu entrada deste requerimento com caráter de urgência.
Porfírio Silva quer que António Sousa Pereira explique "de viva voz e com os detalhes necessários tudo aquilo que se passou" neste caso, noticiado pelo "Expresso".
"Não nos parece que a nota do Ministério da Educação esclareça toda a situação. Também não fazemos processo de intenção e portanto não vamos chamar mais ninguém antes de ouvir a pessoa que fez estas declarações", explicou.
O socialista espera que na próxima terça-feira seja votado este requerimento em comissão para que se possa ter rapidamente estes esclarecimentos.
Também a IL requereu a audição urgente no parlamento do ministro da Educação e do reitor da Universidade do Porto após este ter alegado que foi pressionado para abrir mais vagas no curso de Medicina.
"A IL considera necessário e urgente requerer uma audição para esclarecer este assunto, que põe em causa o bom nome daquela instituição", defende o partido, que salienta que a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) considerou que a abertura das vagas em questão não tinha base legal.
A IL refere que, entretanto, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação divulgou um comunicado que contradiz a notícia do Expresso, "nomeadamente no que diz respeito à publicação das colocações dessas vagas adicionais pela instituição que não foram homologadas pelo reitor, o que viola o regulamento do concurso", e no qual afasta "qualquer envolvimento" do ministro e refuta as acusações do reitor da Universidade do Porto.
Perante estas "contradições e acusações", a IL requer a audição urgente na comissão parlamentar de Educação e Ciência do ministro da Educação, Fernando Alexandre, e do reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira.
O partido frisa que o objetivo das audições é obter esclarecimentos sobre esta situação, por "não cumprirem os regulamentos em vigor, por contrariarem o parecer da IGEC), por haver listas que não foram homologadas pelo reitor da Universidade do Porto, por levantarem suspeitas de favorecimento e por porem em causa o bom nome das instituições".