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Mais de 130 britânicos acusados de apoiarem grupo pró-palestiniano

Foto: Tolga Akmen / EPA

O número de pessoas acusadas de apoiarem abertamente o grupo pró-palestiniano Palestine Action, uma organização proscrita no Reino Unido, subiu para 138, um dia antes da realização de outro protesto em Londres, revelaram as autoridades.

"A Palestine Action é agora uma organização terrorista proibida e aqueles que decidirem mostrar o seu apoio ao grupo serão sujeitos a processos penais ao abrigo da Lei contra o Terrorismo", avisou o procurador público, Frank Ferguson.

O mesmo responsável disse que "a população tem o direito democrático de protestar pacificamente neste país e milhares de pessoas continuam a fazê-lo regularmente sem infringir as leis antiterroristas".

A organização Defend our Juries (DoJ) convocou para este sábado outra manifestação em Londres, à qual os organizadores estimam que vão comparecer mais de mil pessoas, em apoio a este coletivo proibido em julho passado.

Na terça-feira, a DoJ denunciou a detenção de cinco dos seus membros horas antes de realizar uma conferência de imprensa na qual iriam dar detalhes sobre a manifestação, factos que foram denunciados pela organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, que exigiu a sua "libertação imediata".

O grupo Palestine Action foi classificado como "organização terrorista" por lei em julho no Reino Unido, após vandalizar dois aviões numa base militar da Força Aérea Real Britânica (RAF) e bloquear a entrada da sede da empresa de defesa israelita Elbit Systems em Bristol (sudoeste da Inglaterra).

Mais de 700 pessoas já foram detidas pela polícia, incluindo 522 no passado dia 9 de agosto durante uma manifestação junto ao Parlamento britânico, na qual os participantes seguravam cartazes onde se lia "eu oponho-me ao genocídio, apoio a Palestine Action".

Caso sejam condenados, podem receber uma sentença de até 14 anos de prisão.

Em 30 de julho, a justiça britânica permitiu que os dirigentes do grupo contestassem a sua proscrição, uma vez que isso poderia entrar em conflito com o direito à liberdade de expressão, e indicou que o Ministério do Interior deveria ter iniciado conversações com o grupo antes de realizar a sua proibição.

No entanto, na quinta-feira, o Tribunal de Recurso autorizou o Ministério do Interior a recorrer dessa decisão, o que condicionará o avanço da contestação do grupo na justiça.

JN/Agências