O NORCHA® AR Discover Douro Valley 2025 termina este domingo, após quase 500 quilómetros por terra e água nos desníveis exigentes da região. Mais do que competição é resistência, superação e espírito de equipa que põe à prova limites físicos e emocionais.
"Tem sido espetacular. Ontem, estivemos em plena serra e os atletas pedalaram quase duas horas até ao topo. Têm sido excecionais e é incrível ver o trabalho que fazem", descreve o fotógrafo norte-americano, Randy Erickson, que acompanha a prova no terreno registando os momentos de esforço e solidariedade.
Erickson sublinha o companheirismo a que tem assistido ao longo do percurso feito sem parar desde quinta-feira quando começou em Vila Real. "O mais interessante e comovente é ver um colega a ajudar outro. Sente-se a ligação entre eles". O apoio assume muitas formas, desde colocar uma corda na bicicleta para rebocar um companheiro, levar a mochila de quem vai mais fatigado ou, simplesmente, oferecer expressar uma palavra de incentivo num momento mais difícil. "Às vezes é a ligação emocional que os faz superar as dificuldades. É isso que torna esta experiência tão especial", sublinha.
As emoções estão no limite a faltar pouco para esgotar o tempo de prova (23h59 deste 7 de setembro) as equipas têm ainda de sofrer para completar o trajeto. "Estão a dar tudo do ponto de vista atlético, com muitas horas sem dormir, e isso nota-se", observa o fotógrafo.
A cada hora que passa, o vale revela novas perspetivas - deslumbrantes e inesperadas. "Os atletas passam por sítios onde a maioria das pessoas nunca vai. O que mais gosto é encontrar e fotografar estes lugares que quase ninguém viu e partilhá-los com o resto do mundo", diz Erickson. O NORCHA é assim também uma janela aberta para promover a região, o património e as paisagens únicas.
As últimas horas trouxeram novas atualizações, mas a última informação disponível continuava a manter o Team Aaros da Dinamarca na primeira posição, apesar de um período de descanso que os atrasou. Para trás ficaram os percursos de BTT e Trekking até Murça com os atletas mais lentos a ficarem cada vez mais atrasados, mas com os espanhóis do Team Alpha Dental a recuperarem e, por algumas horas, a assumirem a liderança. Logo depois de recuperados, os dinamarqueses voltaram a imprimir ritmo forte e colocaram-se novamente na frente posicionando-se como os favoritos para vencerem esta edição.
Em Vila Nova de Foz Côa a canoagem foi rainha com um percurso de cinco quilómetros no rio Côa em que os atletas tiveram de transportar as próprias bicicletas nos caiaques. À saída da água iniciaram a maior etapa de BTT - 80 km - atravessando zonas remotas e culminando com uma longa, técnica e demorada descida.
23h59 é a hora limite este domingo para os atletas terminarem, em Lamego, o percurso com cerca de 500 quilómetros que têm vindo a percorrer ao longo do vale do Douro
Cronómetro nunca parou desde quinta-feira
Na última noite para acrescentar à fadiga dos atletas chegaram as temperaturas baixas. As grandes amplitudes térmicas muito diferenciadas entre o dia e a noite é uma marca do Douro e, pela primeira vez nesta edição, os participantes tiveram frio. O desconforto foi ainda maior com a chuva noturna.
Agora, nas derradeiras horas de competição, o foco está centrado no duelo entre as duas primeiras equipas, Team Aaros (Dinamarca) e Team Repuesto Ojea Pixeralia (Espanha). Pela distância que já levam sobre a concorrência acredita-se que possam ser as primeiras a chegar de bicicleta ao último ponto de controlo nas imediações do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego. Estima-se que a primeira equipa termine ainda com a luz do dia, cerca das 20 horas, ainda que o regulamento permita que o façam até à meia-noite.
A cerimónia de consagração e entrega de prémios do NORCHA® AR Discover Douro Valley 2025, parte integrante do circuito mundial de provas de aventuravai decorrer esta segunda-feira já depois de uma noite bem dormida e após um almoço convívio entre a organização e todos os participantes no Lamego Hotel & Life.