Santo Tirso

Torneio de ténis evoca jovem que morreu em acidente no Porto

Francisco começou a jogar ténis aos dez anos Foto: Direitos Reservados

Francisco Costa dá nome a competição em Santo Tirso, também com vertente solidária. Ideia foi do pai.

Francisco "era apaixonado, louco por ténis ao ponto de haver alturas em que prescindia da hora de almoço para ir jogar", e Manuel Alexandre Costa quis transformar essa paixão e memória do filho falecido num acidente em "algo único", idealizando um torneio da modalidade que decorrerá no fim de semana, em Santo Tirso.

O Troféu Francisco Costa será no parque urbano Sara Moreira, onde treinava o jovem engenheiro informático que perdeu a vida ao sair do trabalho, em novembro de 2024, dois dias após ter festejado 24 anos, numa violenta colisão entre a moto que conduzia e um carro, no Campo 24 de Agosto, no Porto.

"É o que posso fazer em memória do meu filho", diz, ao JN, Manuel Alexandre, que também quer manter viva a recordação de outra paixão de Francisco: as crianças. Por isso, "todo o valor remanescente das doações dos parceiros do torneio vai reverter a favor da ASAS [Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso]", para apoiar a instituição que acolhe menores em risco.

"Achamos que esta homenagem não poderia ser só desporto, e que podia ter uma componente social. Quando era miúdo, o Francisco dizia que queria ter muitos filhos, e todas as crianças gostavam muito dele, mesmo as mais difíceis, porque ele era muito alegre", recorda Manuel Alexandre, que lançou o desafio do torneio ao clube e escola de ténis que o filho ajudou a fundar há dois anos, com um grupo de amigos, na zona de Além Rio, Santo Tirso.

"Amenizar a dor"

Hugo Ferreira, um médico que preside à ARTE - Além Rio Ténis Escola, criada em 2023 no âmbito da Associação Recreativa de Sequeirô, acolheu a proposta de braços abertos, e o projeto depressa ganhou forma. Com entrada gratuita, o torneio conta com a presença do tenista João Sousa, que entregará o prémio aos vencedores, e com a participação dos "melhores atletas do país". Além dos jogos, terá espaço para duas tertúlias: a primeira, dedicada ao desporto, é no sábado, às 16 horas, e a outra, promovida pela ASAS, acontece no domingo, às 11. Haverá, ainda, uma zona de parque para os mais novos, com insufláveis e várias atividades.

"Esta é uma forma que tenho de amenizar a minha dor e de manter vivo o meu Kiko. Porque homenagear é não deixar morrer", acredita Manuel Alexandre, que sonha em "eternizar" o Troféu Francisco Costa.

Objetivos

Dar dimensão nacional e atrair jovens e crianças

Francisco, que morava com os pais e os irmãos em Oliveira S. Mateus, Famalicão, começou a jogar ténis aos dez anos, tendo passado pelo Clube de Ténis de Bairro. Engenheiro informático, trabalhava na Natixis, no Porto, e estava a concluir um mestrado na Universidade Nova de Lisboa. O objetivo do pai do jovem é "pôr Santo Tirso no mapa do ténis", dando dimensão ao torneio e torná-lo num evento anual. Quer, ainda, atrair crianças e jovens para a modalidade.

Ana Correia Costa