Justiça

Sem-abrigo agredido com ferro durante discussão em antigo mercado morre um dia depois

Paulo Ferreira, de 57 anos, (à esquerda) ficou ferido e Nuno Sousa, de 48, que acabou por falecer Foto: Mónica Ferreira

Um homem de 48 anos morreu, esta quarta-feira, no Hospital Padre Américo, em Penafiel, na sequência de agressões sofridas durante uma discussão com outro indivíduo, ao final da tarde de terça-feira, junto ao antigo mercado municipal, em Lordelo, no concelho de Paredes.

A vítima mortal, Nuno Sousa, e Paulo Ferreira, de 57 anos, viviam numa loja do antigo mercado da cidade de Lordelo. Ao que o JN apurou, envolveram-se numa discussão com um homem de 32 anos, que culminou em agressões, na rua principal, junto à loja do mercado.

No decorrer dessa desavença, na terça-feira, Nuno Sousa muniu-se de um ferro, mas foi desarmado pelo homem mais novo, que o terá usado para agredir tanto aquele homem como o outro sem-abrigo, Paulo Ferreira. A seguir, o alegado agressor fugiu.

​Os dois homens foram assistidos pelos Bombeiros Voluntários de Lordelo e pelo INEM. Paulo Ferreira seria transportado para o Hospital Padre Américo, mas Nuno Sousa recusou-se a receber tratamento hospitalar.

Contudo, na manhã de ontem, Nuno Sousa foi encontrado na loja, inconsciente. Os bombeiros foram chamados e transportaram-no para o Hospital de Penafiel, mas o homem não resistiu e faleceu.

No local da ocorrência esteve a GNR de Lordelo, assim como a Polícia Judiciária, que fez perícias e está agora encarregue da investigação e procura o suspeito.

Problemas com drogas

Nuno Sousa e Paulo Ferreira moravam havia cerca de um ano e meio na loja do antigo mercado lordelense, que lhes foi cedida pela Câmara Municipal de Paredes.

Os dois homens, que tinham sido abandonados pelas famílias devido a problemas associados ao consumo de estupefacientes, não tinham trabalho e viviam da boa vontade dos vizinhos do mercado, que lhes davam comida e dinheiro.

Em julho do ano passado, em declarações ao JN, queixaram-se das poucas condições do espaço onde estavam instalados, que não tinha eletricidade nem casa de banho, e pediram uma casa pré-fabricada para morar.

Mónica Ferreira