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Ucrânia e Síria restabelecem relações diplomáticas

Zelensky na sede da ONU em Nova Iorque Foto: Leonardo MUNOZ / AFP

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou o restabelecimento formal de relações diplomáticas entre Kiev e a Síria, cujo antigo líder era um dos principais aliados do presidente russo, Vladimir Putin.

"Hoje, a Ucrânia e a Síria assinaram um Comunicado Conjunto sobre o restabelecimento das relações diplomáticas. Saudamos este importante passo e estamos prontos para apoiar o povo sírio no caminho para a estabilidade", afirmou na rede social Telegram o presidente ucraniano, que se reuniu com o homólogo sírio, Ahmed al-Sharaa, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque.

Zelensky acrescentou que discutiu com al-Sharaa oportunidades de cooperação, bem como ameaças comuns à segurança.

"Também concordamos em construir relações baseadas no respeito e na confiança mútuos", disse Zelensky.

Kiev tinha cortado relações com Damasco a 30 de junho de 2022, depois de o então regime de Bashar al-Assad ter reconhecido como "independentes" as regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk, invadidas pela Rússia.

O reatamento das relações acontece após a queda de Assad em dezembro de 2024.

Pouco depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, visitou Damasco e manteve conversações com a nova liderança do país.

Moscovo enviou tropas para a Síria em 2015, prestando apoio ao regime de Assad contra forças antigovernamentais. As forças russas na Síria foram acusadas pela ONU e por outras organizações de cometerem crimes de guerra.

Após a queda do governo de Assad, este e a sua família fugiram para Moscovo, onde vivem exilados desde então.

A presença e o discurso de al-Sharaa na Assembleia Geral da ONU marcaram a primeira vez em seis décadas que um líder sírio participou na cimeira.

O novo embaixador da Síria na ONU, Ibrahim Olabi, disse que o regresso foi um "momento histórico".

"O discurso em si focou-se realmente nesta ideia de como será uma nova Síria (...). O regime de Assad era tanto um inimigo do povo sírio como um inimigo do mundo internacional", disse Olabi à Al Jazeera.

JN/Agências