A corrupção é um problema sério para mais de metade dos eleitores de Lisboa, segundo a sondagem da Pitagórica para o JN/TSF e TVI/CNN Portugal, no âmbito das eleições autárquicas do próximo dia 12. A imigração é vista como positiva para 59% dos lisboetas.
No centro político do país, o povo considera a corrupção um problema sério. A sondagem da Pitagórica instou os inquiridos a concordar ou a discordar da frase "a corrupção é um problema sério no seu município", sendo que a maioria (55%) concorda em parte ou totalmente.
São 25% os que concordam totalmente e 30% os que aceitam em parte. Há ainda 20% que não concordam nem discordam, mais 12% que rejeitam em parte essa afirmação e 6% que afastam totalmente a ideia. Entre os inquiridos, 7% não sabe ou não responde.
A preocupação com a corrupção é transversal a todas as idades, ainda que os jovens estejam ligeiramente mais inquietos com esta questão. As classes sociais com menos rendimentos também se preocupam mais do que as restantes.
Numa análise por eleitores, os do Chega são os que mostram maior apreensão com este assunto (70%), seguidos pelos que dizem que vão votar no PS/Livre (66%), na CDU (57%) e na coligação PSD/CDS (49%).
Em sentido contrário ao ruído social que o tema proporciona a nível nacional, a imigração não parece ser um problema para os lisboetas, pois 59% concordam que é positiva. À questão sobre se "a imigração é positiva para o município", 18% concordam totalmente, 41% aceitam em parte, 13% não concordam nem discordam, 15% rejeitam em parte e 12% afastam totalmente.
Segundo os resultados, as mulheres são mais favoráveis aos efeitos positivos da imigração do que os homens. Quanto às idades, os jovens são, de longe, o grupo etário que mais discorda da imigração. Entre os 18 e os 24 anos a discordância atinge os 37% e na faixa etária entre os 25 e os 34 anos há 36% que não concordam com os efeitos positivos da imigração.
Todas as classes sociais vêm a imigração como positiva, mas os mais pobres tendem a rejeitar mais os estrangeiros. Por religião, os católicos são os que mais rejeitam a afirmação de que a imigração é positiva (34%), contra apenas 15% de discordâncias dos que não têm qualquer credo.
Chega em contraciclo
Sem surpresa, os eleitores do Chega são os que mais rejeitam os efeitos positivos da imigração (63%), seguidos a grande distância pelos que votam PSD/CDS (37%), PS/Livre (18%) e CDU (6%). Assim, o único partido que tem a maioria dos eleitores a rejeitar os efeitos positivos da imigração é o Chega.
Além disso, daqui conclui-se que pode existir uma correlação entre a área ideológica e a opinião sobre os efeitos positivos da imigração. Quanto mais à Direita está o partido, maior é a discordância com os efeitos da imigração, ao passo que, por consequência, quanto mais à Esquerda está o eleitor, maior é a taxa de concordância.
Ficha Técnica
Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF, JN, Nascer do Sol e ECO com o objetivo de avaliar a opinião dos eleitores recenseados no concelho de Lisboa sobre temas relacionados com o município. O trabalho de campo decorreu entre os dias 23 e 28 de setembro de 2025. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores recenseados no concelho de Lisboa e foi devidamente estratificada por género, idade e freguesia. Foram realizadas 1243 tentativas de contacto, para alcançarmos 625 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 50,28%. As 625 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/- 4,00% para um nível de confiança de 95,5%. A distribuição de indecisos é feita de forma proporcional. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.