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Manifestantes pró-Palestina ocupam estação do Rossio. Uma pessoa foi eletrocutada

Estação ocupada por manifestantes Foto: Direitos Reservados

A Estação do Rossio, em Lisboa, foi tomada por manifestantes de apoio a Gaza, e 14 elementos da Unidade de Intervenção da PSP perfilaram-se no acesso às plataformas, para evitar a ocupação das linhas de comboio. Uma pessoa foi eletrocutada ao subir para um comboio e agarrar-se à catenária.

Os manifestantes no local gritam "Free, free Palestine, stop the genocide", em frente aos portões de acesso aos comboios na estação do Terminal do Rossio, em Lisboa, verificou a Lusa no local. A presença da Unidade de Intervenção foi requerida pelo chefe dos elementos da PSP que se deslocaram à estação, e confirmada pelo próprio à agência Lusa.

Antes da chegada dos elementos da Unidade Especial de Polícia, um manifestante foi atirado ao solo por um agente da PSP, para evitar que forçasse a entrada nos terminais de comboio.

"Israel é um estado assassino, viva a luta do povo palestiniano", ouve-se em uníssono na Estação do Rossio, juntamente com palmas e assobios ao som de tambores, assim como a palavra de ordem "O povo unido jamais será vencido".

Um jovem que participava na manifestação foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio, na estação do Rossio. Fonte dos bombeiros disse à Lusa que o jovem, de 18 anos, se terá agarrado à catenária, e acrescentou que o INEM estava no local. O jovem já foi transportado para o hospital.

Mais de três mil manifestantes

Mais de três mil pessoas juntaram-se hoje na manifestação a favor dos detidos da Flotilha Global Sumud, que percorreu Lisboa, entre as praças do Martim Moniz e do Rossio, segundo a Polícia de Segurança Pública, que acompanhou o percurso.

"Estava prevista a participação de 500 pessoas e entraram três mil pessoas, agora, no final da manifestação. Estou seguro de que esse número foi largamente ultrapassado", disse um elemento da polícia à agência Lusa, no termo da manifestação, que chegou ao Rossio às 16.55 horas.

Joana Mortágua, irmã da deputada e coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, detida em Israel desde o passado dia 01, também desfilou na concentração.

Escusando-se a prestar declarações, hoje, sobre o processo, Joana Mortágua corroborou apenas à Lusa que as últimas notícias que tem da irmã e dos outros três portugueses detidos em Israel datam de sexta-feira. "Apesar de toda a pressão internacional, Israel voltou hoje a bombardear Gaza", concluiu.

Críticas ao Governo

O antigo dirigente do Bloco de Esquerda Fancisco Louçã e o candidato do PCP às eleições presidenciais, António Filipe, contaram-se entre os participantes na manifestação.

Em declarações à Lusa, Francisco Louçã disse que o movimento a favor de uma Palestina livre alcançou "uma dimensão enorme a nível mundial".

"É impossível parar este movimento contra o governo de Israel, tal como se tem visto nas manifestações pela Europa", afirmou.

Francisco Louçã reiterou não haver notícias desde sexta-feira dos detidos portugueses que participaram na Flotilha Global Sumud.

Críticas ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, fazem-se ouvir nos pequenos discursos a decorrer na Praça D. Pedro IV, Rossio, em Lisboa, responsabilizando-o por "pactuar" com o "governo assassino de Israel".

Já antes, enquanto desfilavam pelas ruas de Lisboa, um dos 'slogans' gritados em uníssono foi "Paulo Rangel, Paulo Rangel, pau mandado de Israel".

Provocações

A palestiniana Serena Sabat, uma das pessoas que discursou no Rossio, chamou à atenção para o "genocídio" que Israel continua a cometer contra o povo palestiniano, considerando que o "mundo inteiro" não pode continuar a permitir que tal aconteça.

"Paulo Rangel liberta os nossos" e "Palestina Livre" foram as palavras de ordem mais ouvidas nos discursos finais da manifestação ainda que os participantes continuem mobilizados no Rossio.

No cruzamento entre a Rua Áurea e a Rua da Conceição, um popular provocou os manifestantes, tendo a polícia atuado de imediato e formado um cordão para impedir eventuais agressões.

Também os organizadores da manifestação apelaram de imediato à calma, sublinhando tratar-se de uma manifestação pela paz.

"Agora, agora, agora, agora que estamos juntas/ agora que estamos juntas/ agora que nos veem/ abaixo o sionismo que vai cair, que vai cair/ e viva a Palestina a resistir, a resistir", cantou-se no Rossio, ao som de palmas.

"Ocupa, bloqueia, pela Palestina" é outra das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes que permanecem no Rossio, empunhando bandeiras da Palestina, e onde se veem também algumas do Bloco de Esquerda.

JN/Agências