Uma multidão de 250 mil pessoas, vestidas de vermelho, manifesta-se hoje nas ruas de Amesterdão para exigir ao Governo neerlandês "medidas concretas para travar o genocídio israelita e a ocupação da Palestina".
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Entre os promotores da manifestação, incluem-se as organizações não-governamentais Oxfam e a Amnistia Internacional, assim como várias entidades jurídicas.
De acordo com os organizadores da chamada manifestação "Linha Vermelha", perto de 250 mil pessoas marcharam na capital neerlandesa, exigindo ações do Governo contra Israel, noticiou a agência francesa AFP.
"Enquanto o nosso Governo continua a negar medidas concretas para travar o genocídio israelita e a ocupação da Palestina, saímos massivamente às ruas", lê-se num comunicado das organizações, denunciando que "os Países Baixos continuam a apoiar incondicionalmente" Israel, apesar das violações internacionais e mais de 65 mil mortes em Gaza.
Muitos partidos políticos, entre eles o Trabalhista, o Partido Verde e o Partido Animal, também participam na manifestação em Amesterdão, incluindo meios de comunicação locais, noticia a Efe.
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, avaliou como "positiva" a resposta do Hamas em aceitar o plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano Donald Trump, e comprometeu-se a "colaborar com os [seus] parceiros internacionais para lograr uma paz duradoura no Médio Oriente".
Ao mesmo tempo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David van Weel, informou que iria contactar o seu homólogo israelita para facilitar a transferência "de forma segura e o mais breve possível" dos cidadãos neerlandeses a bordo da Flotilha Global Sumud, mantidos por Israel em águas internacionais quando tentaram romper o bloqueio à ajuda humanitária em Gaza.
Vestidas de vermelho as pessoas gritam palavras de ordem como "Palestina Livre" e "Parem o Genocídio".
"Espero que se imponham sanções a Israel, se interrompa todo o comércio e se reconheça o Estado Palestiniano", disse à AFP Sebastiaan Poos, de 68 anos, que viajou de Eindhoven, no sul dos Países Baixos, para Amesterdão.
"Estou profundamente envergonhado com o que o governo está a fazer, com a posição que está a tomar", disse Poos, usando uma boina vermelha.
Em meados de agosto, o parlamento dos Países Baixos não conseguiu chegar a acordo sobre novas sanções contra Israel em relação à guerra de Gaza, o que levou à demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Caspar Veldkamp.
Ao contrário de outros países europeus, como França e Bélgica, os Países Baixos não reconheceram a Palestina como um Estado.
Para Suzanne, editora de 33 anos, a questão de Gaza está muito presente na sua mente, sobretudo com o aproximar das eleições no seu país, a 29 de outubro.
"Há muitas questões importantes nos Países Baixos, mas este é um tema que me preocupa particularmente", explicou a residente em Amesterdão, que preferiu não revelar o apelido.
"Espero que possamos passar a mensagem de que queremos ação, não apenas palavras", acrescentou.