O assalto realizado este domingo ao museu francês Louvre, em Paris, e que pode vir a dar ideias para um roteiro de cinema, é apenas um numa longa lista de casos que envolveram planos meticulosos para roubar obras de arte de milhões de euros, e como neste caso, de valor incalculável.
"O grito"
Duas versões do quadro "O Grito", obra do pintor norueguês Edvard Munch, foram roubadas no espaço de uma década. Em 1994, em apenas dois minutos, Paul Enger acedeu à Galeria Nacional de Oslo, trepou para a sala onde estava a pintura, corou um cabo que sustentava a obra e fugiu, num dia em que os olhos estavam voltados para os Jogos Olímpicos de Inverno. Deixou um bilhete à Polícia com a mensagem "Obrigada pela falta de segurança". Enger viria a ser detido com um quadro num hotel, relembra o jornal espanhol "El País".
Dez anos depois, em agosto de 2004, uma outra versão de "O grito", de Munch, foi roubado num museu de Oslo, com o nome do pintor. Os ladrões levaram, então, além da mítica pintura, a "Madonna", do expressionista norueguês. As duas obras de arte foram recuperadas dois anos depois, embora com danos causados pelas condições de humidade a que foram sujeitas. Munch pintou quatro versões do mítico quadro, três delas pertencem ao estado da Noruega, e outra bateu recordes ao ser vendida em leilão por 89 milhões de euros ao investidor norte-americano Leon Black.
"Gioconda" levada também do Louvre
Em 1911, o Louvre sofreu também um roubo espetacular. O ladrão, Vicenzo Peruggia, entrou no museu parisiense às 7 horas de uma segunda-feira, quando o espaço estava fechado, e levou a "Mona Lisa" escondida debaixo da bata de trabalho. Só no dia seguinte os funcionários se aperceberam que a obra de Picasso tinha desaparecido. O quadro viria a ser recuperado em Florença, quando Peruggia o tentou vender.
Ainda do Louvre, foram levadas em 1983 duas peças de uma armadura do século XVI, depois recuperadas em 2021, quando um especialista em antiguidades foi contratado para tratar de uma herança familiar na cidade francesa de Bordéus.
Quadro devolvido em saco da Ikea
Um quadro de Van Gogh roubado em 2020, nos Países Baixos, foi devolvido, três anos depois, dentro de um saco da Ikea. Apesar de estar danificada, a obra ainda foi restaurada.
A obra "Parsonage Garden at Nuenen in Spring" foi roubada a meio de uma noite de 2020, quando estava num museu em Amesterdão por empréstimo do museu de Groninger, situado na zona norte do país.
Máfia rouba a "Natividade"
Em 1969, a máfia italiana roubou um quadro de Caravaggio. A "Natividade", uma obra avaliada em milhões de euros, foi levada da paróquia de San Lorenzo, em Palermo. Os sicários reuniram-se depois diante da tela para se vangloriaram do poder que detinham. Cortaram-na em seis ou oito partes e levaram-na para fora do país para as venderem no mercado negro. A história foi contada por um dos ex-membros do clã Badalamenti, Gaetano Grado, durante uma audição da Comissão parlamentar anti-máfia que decorreu em Itália.
"O maior roubo da história"
Em 1990, um grupo de ladrões vestidos de polícia e com bigodes falsos levou do museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, 13 obras de artes assinadas por pintores como Vermeer, Rembrandt, Manet ou Degas. Em 81 minutos, manietaram os seguranças do espaço e percorreram as salas levando os quadros. O assalto deu origem a uma série da Netflix e os espaços deixados vazios pelas pinturas permanecem assim.