Mundo

Chanceler alemão reforça oposição a extrema-direita antes de eleições regionais

Questionado sobre o tema da imigração, Merz respondeu que "algo tem de mudar" Foto: John Macdougall / AFP

O chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou hoje que a União Democrata-Cristã (CDU) vai reforçar a oposição à extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha), rejeitando, contudo, falar em "cordão sanitário".

Em conferência de imprensa em Berlim, após uma reunião da direção da CDU, Merz acusou a AfD de ser "uma força que pretende destruir o sistema democrático alemão".

"O partido não contesta apenas as políticas dos últimos dez anos, contesta todas as decisões fundamentais tomadas pela República Federal desde 1949", afirmou o chanceler, sublinhando que a CDU "não partilha qualquer base de valores ou objetivos políticos" com a AfD.

Merz apelou a uma "confrontação mais direta" com a extrema-direita, defendendo que a CDU deve governar "com resultados" e apresentar "uma visão positiva de uma Alemanha aberta, liberal e bem-sucedida".

Questionado sobre eventuais coligações com a AfD, o líder democrata-cristão afastou essa possibilidade, mas recusou utilizar o termo "cordão sanitário", frisando tratar-se de uma "competição democrática".

As eleições regionais de 2026 terão lugar em Berlim, Renânia-Palatinado, Baden-Württemberg, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental e Saxónia-Anhalt, estados onde a AfD lidera atualmente as sondagens.

Questionado sobre o tema da imigração, Merz respondeu que "algo tem de mudar" e afirmou que o Governo "está a trabalhar numa política de segurança mais eficaz".

A AfD integra atualmente o grupo Europa das Nações Soberanas no Parlamento Europeu, criado após a sua expulsão do grupo Identidade e Democracia (família política do partido Chega), na sequência de declarações polémicas de dirigentes e suspeitas de influência estrangeira sobre o partido.

JN/Agências