UE deve emprestar à Ucrânia 140 mil milhões dos ativos russos, defende chanceler alemão
O chanceler alemão, Friedrich Merz, defendeu esta quinta-feira que a União Europeia (UE) empreste 140 mil milhões de euros à Ucrânia com dinheiro dos ativos russos congelados.
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No Parlamento, Merz anunciou que vai apresentar à UE um plano de apoio à Ucrânia que aproveite os bens financeiros do Banco Central russo, congelados desde a invasão da Ucrânia há três anos e meio, para disponibilizar a Kiev "um total de 140 mil milhões de euros, num empréstimo sem juros".
O chefe do governo federal alemão explicou que se trata de confiscar fundos ao estado da Federação Russa, mas antes criar um mecanismo que garanta o empréstimo até que a Ucrânia possa pagar, quando receber as previsíveis reparações de guerra. Nesse momento, os ativos russos a voltariam para a posse de Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, argumentando querer proteger minorias separatistas, a leste, e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após desagregação da antiga União Soviética - o qual tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da União Europeia.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, anexada em 2014 pelo regime de Putin.