Lisboa

Cruzes mal feitas que anularam votos em Lisboa levam CDU ao Tribunal Constitucional

Se os votos polémicos forem validados, a CDU pode eleger o segundo vereador em Lisboa, retirando o lugar ao Chega Foto: Manuel de Almeida / Lusa

A CDU recorreu ao Tribunal Constitucional (TC) da anulação de votos para a Câmara Municipal de Lisboa por a cruz não ter sido bem feita no boletim. O TC já pediu aos restantes partidos que se pronunciem e vai analisar os votos em causa.

Em Lisboa, a CDU ficou a três votos de eleger o segundo vereador para a autarquia. Se os votos polémicos forem validados, a CDU pode eleger o segundo vereador, retirando o lugar ao Chega.

De acordo com Sofia Lisboa, da CDU, o que está em causa é a interpretação da nulidade do voto. "Não estamos a falar de, por exemplo, a cruz estar bem feita e depois ser escrita uma mensagem no boletim, o que invalida o voto e quem faz isso sabe que não pode, mas sim cruzes que saem fora do quadrado, por exemplo, mas que, na nossa opinião, expressam o sentido de voto e não devem, por isso, anulá-lo", explicou.

Os juízes conselheiros vão agora analisar os boletins com as cruzes polémicas e deliberar no sentido de poderem, ou não, ser considerados válidos.

A CDU protestou ao TC no seguimento do apuramento que foi realizado após as eleições autárquicas em Lisboa e no qual, de acordo com Sofia Lisboa, "houve também incongruências em validar certos votos em certas mesas que eram dados como nulos na noite eleitoral por essa leitura da cruz no quadrado, mas noutros casos e noutras mesas não".

Também há situações em que dados de editais são distintos dos que constam nas atas. A CDU pede a recontagem dos votos para esclarecimento do que aconteceu e a correção do edital em função do que estava na ata.

Rogério Matos