Um cidadão germano-russo foi condenado, esta quinta-feira, a seis anos de prisão por espionagem e planear atos de sabotagem em território alemão a favor da Rússia, anunciou um tribunal de Munique, no sul da Alemanha.
O homem, identificado como Dieter Schmidt, trocou informações com uma pessoa ligada aos serviços secretos russos a partir de outubro de 2023, para realizar ações contra infraestruturas militares e industriais, de acordo com o tribunal.
A acusação referiu que Schmidt, antigo combatente de uma milícia separatista pró-russa no leste da Ucrânia entre 2014 e 2016, chegou a efetuar reconhecimentos e recolher imagens de possíveis alvos, incluindo bases militares, vias férreas e fábricas.
O tribunal disse que o condenado visitou a base militar norte-americana de Grafenwohr, na Baviera, onde soldados ucranianos recebem formação no uso de tanques Abrams, para obter informações sobre o equipamento norte-americano.
O Ministério Público tinha pedido uma pena de oito anos e oito meses de prisão, considerando que as ações visavam "minar o apoio militar da Alemanha à Ucrânia".
Dois cúmplices de Schmidt, também com dupla nacionalidade germano-russa, foram condenados a penas suspensas de 12 e seis meses, por terem colaborado na recolha de informações sobre alvos potenciais.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, as autoridades alemãs têm denunciado um aumento de casos de espionagem e sabotagem atribuídos a Moscovo, bem como o sobrevoo de drones junto de infraestruturas sensíveis. A Rússia nega qualquer envolvimento em operações de espionagem ou sabotagem na Alemanha.