O presidente dos Estados Unidos comentou a decisão de Carlos III de retirar todos os títulos reais ao duque de Iorque, afastado devido às ligações a Jeffrey Epstein. Donald Trump classificou o caso como "uma tragédia para a família".
Donald Trump afirmou este domingo sentir-se "mal" pela família real britânica depois de o duque de Iorque ter sido oficialmente destituído dos seus títulos e honrarias. O presidente dos Estados Unidos falava a bordo do Air Force One, quando foi questionado por jornalistas sobre a decisão recente do Palácio de Buckingham.
"É uma coisa terrível que aconteceu à família", disse o chefe de Estado norte-americano, de 79 anos. "Foi uma situação trágica, e é uma pena. Sinto-me mal pela família", acrescentou, de acordo com declarações recolhidas por vários meios norte-americanos.
O comentário surgiu dias depois de o Palácio de Buckingham ter confirmado, a 30 de outubro, que André deixará de ser tratado como "Sua Alteza Real" e passará a usar o nome Andrew Mountbatten Windsor, significando uma mudança inédita para um membro direto da família real.
Decisão ponderada por Carlos III
A antiga secretária de imprensa de Isabel II, Ailsa Anderson, explicou à revista "People" que a decisão do rei Carlos III foi "cuidadosamente preparada" e demorou várias semanas a ser finalizada.
"Andrew tinha estado a arrastar os pés. Foi necessário obter aconselhamento constitucional e jurídico, incluindo sobre o arrendamento da Royal Lodge", revelou Anderson, frisando que "foi preciso garantir que tudo estava em ordem antes do anúncio público".
O duque de Iorque, de 65 anos, tem enfrentado críticas persistentes devido à sua relação de amizade com o milionário Jeffrey Epstein, condenado por crimes de abuso sexual e tráfico de menores. As ligações entre ambos, registadas em fotografias e encontros sociais, voltaram a ser escrutinadas após a morte de Epstein, em 2019, quando este aguardava julgamento nos Estados Unidos.
André retirou-se da vida pública nesse mesmo ano, depois de uma entrevista polémica à BBC em que tentou justificar a amizade com o empresário. Em 2022, foi formalmente privado dos títulos militares e patronatos reais, após tentar travar em tribunal uma ação movida por Virginia Giuffre, que o acusou de abuso sexual quando era menor. O caso acabou com um acordo extrajudicial e um pagamento confidencial.