Os cinco maiores bancos em Portugal atingiram um resultado líquido recorde de 3650 milhões de euros até setembro, o que lhes permitiu um lucro diário de 13,5 milhões de euros.
A Caixa Geral de Depósitos, ao apresentar na quinta-feira lucros de 1399 milhões de euros, fechou as contas até setembro e, juntamente com Santander, BCP, BPI e Novo Banco, apresentaram um crescimento de 1,5%, comparando com o período homólogo.
Se no total, os lucros subiram, na análise a cada banco, a conclusão é bastante diferente, sendo que a Caixa foi a segunda que mais contribuiu para os resultados positivos, logo a seguir ao BCP, em termos percentuais. O BCP subiu o seu resultado líquido para 655 milhões de euros, mais 8% do que em setembro do ano passado. Claro está que estes resultados não incluem a atividade do Millennium na Polónia.
Já o BPI viu os seus lucros recuarem 5% para 362 milhões, o Santander também teve uma quebra de 6,4% para os 728 milhões e o Novo Banco obteve o mesmo lucro do ano passado: 610 milhões.
Em relação aos ganhos nos juros pagos e cobrados, este ano, as margens diminuíram nos cinco maiores bancos. A margem financeira - a diferença entre os juros que o banco recebe dos seus clientes e os juros que ele paga pelos depósitos - do Santander caiu 17,3%, da Caixa 12,6%, do BPI 10,9%, do Novo Banco 6,5% e do BCP apenas 0,9%. A média dos cinco maiores bancos neste indicador foi de 10%, caindo 5030 milhões de euros.
6,2 milhões de comissões por dia
Perante este cenário, o setor conseguiu ter um melhor desempenho ao aumentar o encaixe das comissões, que cresceram 3,8%, para 1670 milhões de euros, o equivalente a 6,2 milhões por dia. O líder neste capítulo foi o Novo Banco que apresentou um crescimento de 10,68%, para 266 milhões de euros. O Santander encaixou 365 milhões e o BCP 466 milhões, ambos com subidas por volta dos 6%. O banco estatal foi mais comedido e apresentou um crescimento de 1,4%.
O BPI foi o único dos cinco bancos que baixou o valor arrecadado nas comissões, que diminuíram 7%, para 227 milhões de euros. O presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, justificou esta queda com o facto de, no ano passado, se ter verificado um ganho "one-off" (não recorrente) de 16 milhões de euros.