Nacional

Ministro pondera alargar proibição de telemóveis na escola até ao 9.º ano

No início do atual ano letivo, foi recomendado às escolas o veto de smartphones com ligação à internet aos alunos que frequentam até ao 6.° ano Foto: Artur Machado

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, afirmou, na Web Summit, que a proibição de smartphones até ao 6.° ano de escolaridade está a "ter muito bons resultados" e admitiu alargar a medida até ao 9.° ano.

"Estamos a fazê-lo de maneira gradual, de forma a que seja pedagógico para os alunos, professores e famílias", afirmou, no Meo Arena, em Lisboa, acrescentando que a proibição pode aplicar-se a todas as escolas, caso o balanço seja positivo.

"Gostamos de basear as nossas políticas em estudos, vamos ver o que acontece. Os resultados serão analisados e depois haverá uma decisão", declarou à Rádio Renascença.

No início do atual ano letivo, foi recomendado às escolas o veto de smartphones com ligação à internet aos alunos que frequentam até ao 6.° ano. Paralelamente, o ministro anunciou que o Governo está a preparar uma estratégia nacional para a inteligência artificial (IA) na Educação, que deverá ser apresentada no primeiro semestre do próximo ano.

O plano prevê introduzir a IA em todos os níveis de ensino, desde o Básico ao Superior, tornando-a numa ferramenta indispensável. "Será um instrumento que teremos de saber utilizar para tirar partido de todo o potencial e de todas as capacidades que oferece aos utilizadores. Acredito que vai fazer a diferença na forma como as pessoas trabalham, vivem e na produtividade", sublinhou.

Fernando Alexandre revelou-se "tecno-otimista" e assumiu que a IA vai aumentar a eficiência no trabalho, mas alertou para a necessidade de reformar os métodos educativos e renovar a classe docente. Destacou que 60% dos professores têm mais de 50 anos e que a substituição por profissionais mais novos será uma oportunidade para modernizar o sistema educativo. "Os mais velhos são bastante importantes porque têm muita experiência no ensino. Mas, no que diz respeito às tecnologias, esperamos que os professores mais jovens sejam mais capazes de tirar partido delas", revelou.

Rui Farinha