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Genéricos orais para diabetes pouparam 1,4 mil milhões de euros ao SNS

Os antidiabéticos são das classes terapêuticas com maiores encargos para o SNS Foto: Reinaldo Rodrigues / Arquivo

A opção por medicamentos genéricos orais para a diabetes representou uma poupança de 1,4 mil milhões de euros ao SNS em 15 anos, segundo dados divulgados esta quinta-feira, que mostram que só este ano o ganho ultrapassou os 62 milhões.

"Este valor na diabetes [1,4 mil milhões de euros] é equiparável aos orçamentos anuais de 2024 das Unidades Locais de Saúde de Santa Maria e São João, espelhando o papel determinante na acessibilidade no tratamento desta doença crónica, que impacta a vida de mais de um milhão de portugueses", refere a Associação Portuguesa de Medicamentos pela Equidade em Saúde (Equalmed).

Divulgados no Dia Mundial da Diabetes, os dados salientam que, até setembro deste ano, o valor da poupança libertada com a utilização de medicamentos genéricos da classe dos antidiabéticos orais já ultrapassou os 62 milhões de euros.

Segundo a Equalmed, os antidiabéticos são das classes terapêuticas com maiores encargos para o SNS.

Citando dados do relatório de monitorização do consumo de medicamentos em meio ambulatório do Infarmed, a associação adianta que o consumo dos antidiabéticos orais tem-se mantido estável nos últimos anos, com uma dispensa superior a 62 milhões de unidades.

"Os medicamentos genéricos, para além de terem contribuído para o aumento da acessibilidade e a melhoria da qualidade de vida destes doentes, neste dia parece-nos importante referir que ainda temos em Portugal uma taxa de não controlo bastante elevada, ultrapassando os 35%", salienta o presidente da Equalmed, João Paulo Nascimento, citado no comunicado.

No tratamento da diabetes tipo 2, os medicamentos genéricos têm vindo a permitir a acessibilidade dos doentes a tratamentos inovadores, especialmente nos Inibidores da DPP-IV, moléculas também conhecidas por gliptinas.

De acordo com a associação, o número de unidades de antidiabéticos orais genéricos mantém-se estável com a dispensa de mais de 5 milhões só em 2025.

Contudo, salienta, "ainda existe potencial para que o valor gerado seja ainda maior no futuro com o fim do período de exclusividade das patentes de soluções terapêuticas mais recentes e inovadoras".

Tendo em conta o objetivo desta efeméride mundial de reduzir as desigualdades no tratamento e na prevenção desta doença metabólica, o presidente da associação defende ser "fundamental garantir que todos os doentes têm uma melhor qualidade de vida e o acesso equitativo à medicação".

Portugal registou em 2024 quase 81 mil novos casos de diabetes, elevando para mais de 936 mil as pessoas registadas nos centros de saúde com o diagnóstico da doença, segundo a Direção-Geral da Saúde.

JN/Agências