O Serviço de Medicina Legal da Coreia do Sul identificou sinais de tortura no cadáver de um estudante universitário que morreu no Camboja, em agosto, e apontou para um traumatismo forte.
Seul está a levar a cabo uma campanha contra as ciberburlas e outros crimes através da Internet e o excesso de tempo passado a interagir com ecrãs digitais por parte da população em geral.
Segundo o jornal Korea Herald, a vítima de 22 anos foi identificada com o nome Park e o seu corpo encontrado em 8 de agosto, na província cambojana de Kampot, cerca de três semanas, após partir da Coreia do Sul.
A polícia do Camboja indicou na altura que havia hematomas e feridas consistentes com maus-tratos continuados e que três cidadãos chineses foram acusados da morte do sul-coreano, estando outros dois suspeitos foragidos.
Este caso desencadeou a campanha nacional da Coreia do Sul contra o cibercrime galopante em países como Camboja e Myanmar (antiga Birmânia), uma vez que os serviços de informações e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país relataram diversos casos de sequestro relacionados com o fenómeno.
Em outubro, as autoridades sul-coreanas proibiram os seus cidadãos de viajar para as cidades cambojanas Bavet e Kampot, no sul daquele país, e lançou um aviso para a evacuação da província Sihanoukville.
No olho do furacão está o conglomerado empresarial Prince Group, sediado em Phnom Penh, e seu presidente, Chen Zhi, sancionado pelos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos da América por suspeita de manobrar uma rede de crimes daquele tipo.
O Prince Group detém participações, de maior ou menor escala, em mais de 30 países, e há suspeitas das autoridades daqueles estados de haver prática de tráfico humano, com recurso a instalações semelhantes a prisões, no Camboja, para executar crimes informáticos industriais, através da Internet.