Estudante sul-coreano torturado até à morte no Camboja. Polícia investiga rede criminosa
Park in-ho, estudante universitário de 22 anos, que partiu para o Camboja a 17 de julho, foi encontrado morto três semanas depois, a 8 de agosto, num carro perto da Montanha Bokor, em Kampot, zona associada a complexos criminais e tráfico de pessoas. A polícia concluiu que Park morreu vítima de uma paragem cardiorrespiratória, resultado de ter sido torturado.
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Uma semana após a partida do estudante, que disse que ia participar de uma exposição, a família recebeu um pedido de resgate que exigia 50 milhões de wons (cerca de 30 mil euros), alegando que Park tinha "causado problemas", segundo a "Yonhap News". O contacto cessou após vários dias.
A polícia coreana já deu início a uma investigação sobre uma possível rede criminosa do Camboja. As vítimas destes golpes são geralmente atraídas com promessas de empregos bem remunerados antes de serem confinadas e forçadas a participar em operações fraudulentas. Aqueles que se recusam enfrentam espancamentos com canos e dispositivos de choque elétrico, de acordo com vítimas resgatadas. Uma testemunha confinada com Park e posteriormente resgatada contou que o estudante fora espancado tão severamente que não conseguia andar nem respirar e que terá morrido a bordo de um veículo, enquanto era transportado para o hospital.
De acordo com o Ministério do Interior do Camboja e com base na investigação e na autópsia preliminar, o estudante morreu devido a uma "tortura severa" e apresentava hematomas em várias partes do corpo.
O caso expôs uma onda de sequestros de sul-coreanos no Camboja. A Coreia do Sul já elevou os alertas de viagem para algumas zonas do país asiático, instando os cidadãos a cancelar ou adiar viagens não essenciais. O presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, pediu esforços diplomáticos para proteger os cidadãos. Segundo o jornal britânico "The Guardian", a Amnistia Internacional identificou recentemente 53 esquemas fraudulentos no Camboja e acusou o governo do país de permitir as operações por inação.