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Israel investiga ligação da Turquia a suposta rede do Hamas que planeava ataques na Europa

Foto: Zain Jaafar/AFP

Israel está a investigar se uma alegada rede do grupo islamita palestiniano Hamas que planeava ataques na Europa, e já parcialmente desmantelada, tem a Turquia como centro de operações, revelou, esta quinta-feira, o gabinete do primeiro-ministro israelita.

"A investigação sobre a rede terrorista do Hamas na Europa está também a examinar o possível envolvimento de elementos do Hamas na Turquia na realização de ataques, alguns dos quais já descobertos", referiu em comunicado o gabinete de Benjamin Netanyahu.

O chefe do Governo de Israel indicou na quarta-feira que várias operações conduzidas pelos serviços de segurança da Áustria e da Alemanha, em coordenação com a agência israelita Mossad, levaram ao desmantelamento de parte de uma alegada rede do Hamas que planeava ataques em solo europeu. O gabinete de Netanyahu alega que a Turquia tem funcionado como um "teatro de operações" para o grupo palestiniano e destacou que continuará a colaborar com os serviços de informação dos parceiros europeus para "frustrar operações terroristas contra israelitas e judeus".

Em relação às operações policiais, destaca-se a de Viena, onde, em setembro último, o serviço austríaco de segurança (DSN) localizou e apreendeu um arsenal contendo pistolas e engenhos explosivos. A investigação ligou o arsenal a Muhammad Naim, filho de Basem Naim, líder do gabinete político do Hamas.

Na Alemanha, as forças de segurança detiveram este mês Burhan al-Khatib, que Israel descreve como um "membro proeminente" na estrutura investigada. Segundo o gabinete de Netanyahu, o suspeito tinha estado anteriormente na Turquia, onde alegadamente desempenhou tarefas operacionais até à detenção na Alemanha.

O Hamas liderou um ataque no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1200 mortos e de onde foram levados 251 reféns. Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 69 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas. Uma trégua entrou em vigor no dia 10 de outubro, que levou à troca de reféns e prisioneiros, aguardando-se o início das negociações da segunda fase do plano para o futuro do território, desenhado pela administração norte-americana.

JN/Agências