Porto

Suspensão de portagens para camiões na CREP a partir de 1 de março

Objetivo é aliviar o trânsito na VCI Foto: Artur Machado

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, anunciou a suspensão do pagamento de portagens na CREP (Circular Regional Exterior do Porto) a camiões a partir de 1 de março. Os pesados não pagarão as taxas entre as 7 e as 10 horas e entre as 16 e as 19 horas. A medida tem como objetivo aliviar o congestionamento da VCI.

O governante anunciou a medida após uma reunião com o Conselho Metropolitano do Porto. Aquele organismo, liderado por Pedro Duarte, presidente da Câmara do Porto, comprometeu-se a apresentar até ao final do ano outras medidas para aliviar o trânsito na VCI.

Pinto Luz estima que o não pagamento de portagens represente uma perda de receita anual de 10 milhões de euros para a concessionária. Esse valor será assumido pelo Estado.

"Estamos cumprir o nosso compromisso. A partir do dia 1 de março, os transportes pesados de mercadorias deixarão de pagar portagem na CREP, entre as 7 e as 10 horas da manhã, e entre as 16 e as 19 horas, como medida de incentivo de utilização cada vez mais da CREP em detrimento da VCI, que é o maior problema de tráfego que temos no país. Não é sequer comparável com alguma via da Área Metropolitana de Lisboa. É o pior. Por isso, tomamos estas medidas excecionais", explicou Miguel Pinto Luz.

"É o início de um processo para podermos acudir e tentar mitigar este problema. Nós acreditamos, mas se verificarmos que não tem resultados, não fará sentido perpetuar", afirmou acerca da medida para a CREP, mas mesmo assim confiante, apesar desta advertência. Os custos da perda da receita, do lado do concessionário, serão cobertos pelo Governo. "Será o Governo a assumir. Está estimado em cerca de 10 milhões de euros por ano", revelou.

"Um inferno para os portuenses"

Pedro Duarte também se mostrou otimista, dizendo: "É um excelente princípio de solução. Não se resolve com uma medida avulsa. Este é um primeiro passo que terá um efeito positivo. Mas é bom que as expetativas sejam claras, pois não vai resolver todos os problemas de trânsito naquela via. Irá ajudar. É o início de um caminho para mudar as coisas. O trânsito na VCI tem tornado a vida dos portuenses e da população da AMP num inferno no seu quotidiano".

Também para desanuviar a VCI, na proposta que a Área Metropolitana vai entregar ao Governo até ao final do ano sobressaem duas hipóteses que estão a ser estudadas: portajar os pesados de mercadorias que atravessem a AMP ou proibir o seu atravessamento das 7 às 10 horas e das 16 às 19 horas.

"Temos cenários em cima da mesa. Os municípios estão a trabalhar nisso. Há estudos e temos que optar. Há a possibilidade da colocação de pórticos cuja portagem seja desincentivadora para o atravessamento da cidade e da Área Metropolitana, como existe a possibilidade para os horários que estamos a falar - das 7 às 10 horas e das 16 às 19 horas - de haver a proibição de pesados de mercadorias para efeitos de atravessamento da Área Metropolitana", adiantou Pedro Duarte.

"É importante que se diga que não está em causa o abastecimento da própria cidade, estamos a falar do tráfego de atravessamento", clarificou o presidente da Área Metropolitana. Estas medidas que forem aprovadas também deverão vigorar no dia 1 de março.

"Dois, três anos para avaliar o impacto"

"Estaremos constantemente a monitorizar. Teremos contagens e controlo de tráfego permanente para perceber os comportamentos dentro da AMP", garantiu Miguel Pinto Luz. "Haverá mais investimento no metro do Porto e em transportes públicos, para convidar os cidadãos a utilizar cada vez menos o transporte individual", completou.

O ministro disse que serão precisos "um, dois, três anos para avaliar o impacto real" da medida na CREP e os seus efeitos na VCI.

Miguel Amorim