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Morreu o empresário António Mota, antigo presidente da Mota-Engil

Foto: Direitos Reservados

O antigo presidente da Mota-Engil, António Mota, morreu, este domingo, no Porto aos 71 anos, anunciou o grupo, recordando-o como um "líder histórico", "carismático", um "empresário visionário" e um "homem de enorme humanidade".

"O Grupo Mota-Engil vem informar com o mais profundo pesar e consternação que faleceu hoje de manhã, na cidade do Porto, o engenheiro António Mota, líder histórico do grupo [do qual] assumiu a presidência durante mais de 27 anos, entre 1995 e janeiro de 2023", lê-se num comunicado hoje divulgado.

Recordando António Mota como "um homem extraordinário" e um "empresário visionário", salienta que "deixa um legado ímpar", também pelo "espírito humanista e solidário que sempre teve para com a sociedade".

"A Mota-Engil perde hoje uma figura marcante na sua história a quem muito deve o que é hoje, um grupo multinacional, reconhecido pela qualidade de engenharia e sob uma gestão com elevado compromisso com cada cliente e parceiro, em que a palavra bastava para honrar os seus compromissos, numa liderança em muito suportada em valores que a todos transmitiu e a que teremos de saber honrar e dar a devida continuidade", lê-se na nota.

Segundo a informação avançada pelo grupo, o velório decorrerá pelas 10.30 horas de segunda-feira na Igreja de São Gonçalo, em Amarante, seguido de missa pelas 15 horas, no mesmo local, de onde o corpo seguirá para o jazigo da família, no cemitério daquela cidade, de onde António Mota era natural.

Apresentado como um "líder carismático, empresário visionário e homem de enorme humanidade", António Mota é também apontado pela Mota-Engil como "um exemplo maior na capacidade de inspirar equipas, criando relações de proximidade e respeito com as diferentes gerações que foi acolhendo no seio da empresa".

A sua "visão estratégica", a "dedicação de toda uma vida a um legado que havia recebido do seu pai" e a "coesão inabalável" criada "através do apoio incondicional das suas irmas" e da "capacidade e dedicação" de todo o grupo são destacados como os valores que permitiram "transformar a Mota-Engil num dos maiores grupos económicos portugueses e uma referência mundial do setor da engenharia e construção".

"Hoje é um dia em que sentimos uma enorme perda pela pessoa extraordinária que foi, é e será sempre em cada um de nós o engenheiro António Mota, uma combinação rara de elevada exigência e de uma humanidade sempre presente", lê-se no comunicado.

Enquanto "referência maior na família Mota-Engil", António Mota gostava de ser tratado como "o mais velho", uma distinção que - de acordo com a nota - "conheceu em Angola na sua juventude e que hoje representava exemplarmente como a voz sempre presente, com a experiência e o conhecimento profundo do que sabia ser o melhor para o grupo e para cada um".

Instando os mais de 52 mil colaboradores do Grupo Mota-Engil a "saber honrar e dar a devida continuidade" ao legado de António Mota, a administração da empresa termina transmitindo "as mais sinceras condolências" à família do empresário.

Presidente e primeiro-ministro lamentam

O presidente da República enviou "amigos sentimentos" à família de António Mota, dizendo que marcou "o mundo empresarial e a sociedade portuguesa em geral".

Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa destacou, de forma breve, o percurso de António Mota e as suas qualidades humanas. "António Mota marcou o mundo empresarial e a sociedade portuguesa em geral. Deu continuidade à obra de seu pai Manuel António da Mota e projetou-a em todos os continentes, criando um dos mais poderosos, conhecidos e influentes grupos da nossa economia", refere o chefe de Estado.

O presidente da República sublinhou que António Mota "juntou a liderança à empatia, a humanidade ao dinamismo, a simplicidade à eficácia". "Sem ele as últimas décadas da nossa economia teriam sido diferentes. Finalmente, soube preparar a tempo a sua sucessão. Assim, as jovens gerações saibam corresponder à visão do seu antepassado", desejou.

Por sua vez, o primeiro-ministro apresentou condolências à família e amigos de António Mota, considerando que o empresário deixa uma "marca incontornável" de ambição e sucesso.

Numa mensagem divulgada na sua conta oficial na rede X, Luís Montenegro prestou uma "sentida homenagem a António Mota", que recordou como um "empreendedor que tornou global uma empresa familiar portuguesa". "Deixa marca incontornável de ambição, liderança, humanidade e sucesso. As minhas condolências, em nome pessoal e do Governo, à família, aos colaboradores e aos amigos", acrescentou o primeiro-ministro.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, apresentou condolências à família e amigos de António Mota, considerando que o antigo presidente da Mota-Engil foi um "líder inspirador" de "enorme relevância para a economia nacional. "Hoje despedimo-nos de António Mota, líder inspirador que marcou o país e cuja vida se fundiu com a história da Mota-Engil, uma das maiores construtoras nacionais", lê-se numa nota de pesar do ministro das Infraestruturas e Habitação, envida à agência Lusa.

Miguel Pinto Luz enviou os seus "mais sinceros sentimentos à família, amigos e a todos os que com ele trabalharam", reconhecendo que António Mota foi uma "personalidade de enorme relevância para a economia nacional", levando a "engenharia e a construção portuguesas mais longe, ao transformar uma empresa familiar numa referência internacional do setor". "O país perde uma figura de peso, mas o seu legado permanece", declarou.

JN/Agências