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Associação judaica da Austrália pede erradicação da "chaga do antissemitismo" após ataque

Associação disse ao Governo que o seu "primeiro dever" é garantir a segurança dos seus cidadãos Foto: Mick Tsikas / EPA

O Conselho Executivo do Judaísmo Australiano pediu, este domingo, às autoridades australianas que "erradiquem o flagelo do antissemitismo" no país, na sequência do ataque durante uma celebração judaica numa praia de Sydney, que provocou 12 mortos.

Em comunicado, o Conselho Executivo do Judaísmo Australiano (ECAJ, na sigla em inglês), órgão oficial de representação da comunidade judaica no país oceânico, afirmou que é necessária "ação" e "liderança" após o ataque, que ocorreu no parque Archer, junto à praia de Bondi, durante uma celebração pelo início da festa judaica de Hanukkah.

Segundo a polícia, pelo menos 29 pessoas foram transportadas para hospitais, entre elas dois agentes.

"O tempo de conversas acabou. Precisamos de liderança e ação agora para erradicar o flagelo do antissemitismo da vida pública australiana, algo que a comunidade judaica vem defendendo há muito tempo", aponta-se na mesma nota.

A associação reconheceu o compromisso expresso pelo primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, de erradicar o antissemitismo na Austrália e disse ao Governo que o seu "primeiro dever" é garantir a segurança dos seus cidadãos.

"O tiroteio teve como alvo a comunidade judaica, mas ocorreu em Bondi Beach, a popular praia, naquele que deveria ter sido um dia tranquilo de verão. Foi um ataque contra todos os australianos, as nossas liberdades e o nosso estilo de vida", acrescentou a ECAJ.

Já a Associação Judaica Australiana (AJA), que mantém posições mais críticas em relação ao primeiro-ministro australiano, disse este domingo, numa publicação na rede social X, que o Governo recebeu inúmeros avisos sobre o aumento do antissemitismo no país, "mas não tomou medidas adequadas para proteger a comunidade judaica".

"O que aconteceu esta noite é uma tragédia, mas totalmente previsível. Esta noite, muitos judeus se perguntam se têm futuro na Austrália", diz-se na declaração, em que se cita o seu diretor executivo, Robert Gregory.

O chefe do Governo australiano disse que o ataque "atingiu o coração" da Austrália e classificou-o como "um ato de terrorismo e antissemitismo".

A comunidade judaica representa cerca de 0,4% da população do país e Bondi, nos subúrbios a leste de Sydney, é um dos distritos onde tem maior representação.

Dois atacantes dispararam, este domingo, contra uma multidão h na praia de Bondi, em Sydney, no que a polícia australiana descreveu como um "ato terrorista" contra a comunidade judaica.

Segundo vários media, pelo menos 12 pessoas foram mortas, incluindo um dos dois atacantes, e há três dezenas de feridos transportados para os hospitais da zona.

JN/Agências