Sociedade

E. coli já custou cinco milhões de euros aos agricultores portugueses

O alarmismo provocado pelo surto de E. coli resultou em enormes quebras no consumo de saladas, com os produtores portugueses a somarem cinco milhões de euros de prejuízos, disse o responsável da associação Portugal Fresh.

"Segundo o balanço que fizemos ontem (segunda-feira), temos um prejuízo acumulado de cinco milhões de euros desde a semana anterior", declarou à Lusa, Manuel Évora, alertando que a situação pode piorar.

"Nesta semana existe uma super-produção que era destinada a um super-consumo", que era previsível devido aos festejos dos santos populares, mas se os consumidores não retomarem a confiança os prejuízos podem chegar aos dez milhões de euros já nos próximos dias.

Mais de duas mil pessoas na Alemanha e noutros países foram afectadas pela bactéria E.coli, 22 das quais morreram.

Os pepinos espanhóis foram inicialmente apontados como foco da contaminação e as autoridades alemãs investigaram posteriormente rebentos de plantas de soja e outros legumes, mas as suspeitas não se confirmaram em nenhum dos casos.

"A grande esperança dos produtores portugueses, e penso que dos outros países, é que saia hoje alguma comunicação das entidades europeias que dê algum conforto à população para consumir os hortícolas", salientou Manuel Évora.

Os ministros da Agricultura europeus encontram-se hoje, no Luxemburgo, para uma reunião extraordinária a fim de analisar a crise da E.coli e debater apoios para o sector frutícola.

Mas para o presidente da Portugal Fresh, mais importante do que o valor que vai ser discutido, é tranquilizar os consumidores: "Era essencial que as autoridades europeias e portuguesas adoptassem uma atitude de confiança e que influenciasse positivamente o consumo dos hortícolas porque não há razão nenhuma para este alarmismo".

Manuel Évora enfatizou que "não há certezas nenhumas que o foco de contaminação sejam os hortícolas", acrescentando que "o que tem sido provado é que, em Portugal, todas as análises feitas deram negativo".

O mesmo responsável sublinhou que "os produtores portugueses são muito controlados", quer pelas entidades que acompanham as culturas, quer pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

A Portugal Fresh - Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, representa 23 empresas de várias regiões do país.

Redação