Depois de Gérard Depardieu, que acaba de obter a nacionalidade russa em conflito com as finanças francesas, Brigitte Bardot ameaçou, esta sexta-feira, de solicitar também a mesma nacionalidade caso as autoridades francesas decidam praticar eutanásia em dois elefantes doentes num circo.
"Se aqueles que têm poder têm a cobardia e o descaramento dematar os dois elefantes Baby e Népal (...), tomei a decisão desolicitar a nacionalidade russa a fim de deixar este país que não émais do que um cemitério de animais", escreveu a célebre atriznum comunicado.
A sorte daqueles dois elefantes, que foram atingidos pela tuberculosee estão ameaçados de eutanásia, suscita o levantamento de umconjunto de defensores da causa animal desde os meados de dezembro:um apelo acaba de ser entregue junto do Conselho de Estado, a maisalta jurisdição administrativa francesa.
O anúncio feito por Brigitte Bardot, de 78 anos, surge no diaseguinte da publicação de uma carta de Gérard Depardieu, "monstro"sagrado do cinema francês, agradecendo ao presidente Vladimir Putinpor lhe ter concedido a nacionalidade russa.
A carta, difundida pelo canal de televisão russo Pervyl Kanal, naqual o ator exprime o seu amor pela Rússia e faz o elogio dademocracia naquele país, provocou um concerto de críticas.
"Não nos esqueceremos e não lhe perdoaremos jamais a frase 'éuma grande democracia'", declarou o jornalista Matvei Ganapolski narádio da oposição Echo Moskvy.
A imprensa europeia multiplicou, esta sexta-feira, sarcasmos arespeito de Depardieu, de 64 anos, tornado célebre em filmes como"Les Valseuses" (1974), "Cyrano de Bergerac" (1980),"Christophe Colomb" (1992) e Obelix, qualificando-o de "devedor deum autocrata" (Sud-Ouest, França) ou "amigo dos ditadores"(El Mundo, Espanha).