Desporto

Godinho Lopes diz que não se recandidata à presidência do Sporting

O presidente demissionário do Sporting, Luiz Godinho Lopes, excluiu, esta terça-feira, a possibilidade de se recandidatar ao cargo, e promete não interferir no processo que conduzirá às eleições de 23 de março.

"Os candidatos estão perfilados, aos sócios compete decidir na Assembleia-Geral (AG) Eleitoral. Eu não sendo candidato, não serei elemento perturbador no debate, de modo a permitir, que o mesmo seja profícuo, em que se fale do futuro e das respetivas soluções", afirma Godinho Lopes, em comunicado enviado à agência Lusa.

No entanto, Godinho Lopes assume que, "desde a demissão em bloco no passado dia 6 de fevereiro, tem "refletido sobre a necessidade de reconstituir uma lista para as próximas eleições de forma a poder terminar o trabalho prometido e interrompido".

"Atento, tenho deixado avançar o tempo, com a preocupação de perceber quais as soluções e qual o real objetivo da Mesa da AG e consequente pressão para a demissão do Conselho Diretivo", acrescentou.

Godinho Lopes assume ter presidido ao clube durante "dois anos de turbulência e resiliência, em que a enorme dedicação e entrega mereceu o elogio de uns e a crítica de outros", num "clube fragmentado e com todas as dificuldades financeiras sobejamente conhecidas confirmadas pelos relatórios de auditoria apresentados anualmente".

"A interrupção forçada do mandato não permitiu terminar a reestruturação prometida, desejada e indispensável para criar a sustentabilidade financeira que o Sporting Clube de Portugal tanto necessita. Como até aqui, com a mesma dedicação de sempre, estaremos presentes até ao dia das eleições, com dificuldade, mas procurando honrar todos os compromissos", assegurou.

De acordo com o mesmo comunicado, Godinho Lopes deu conta, por sua iniciativa, da situação financeira do clube à Mesa da AG e o Conselho Leonino e da "necessidade de 45 milhões de euros até final da época desportiva".

"Em janeiro, quando nos deparamos com a possibilidade de uma AG Extraordinária, informamos a Mesa da AG dessa necessidade, mas atualizada. Hoje, reafirmamos o que já tínhamos transmitido sobre a indispensabilidade de 25 milhões de euros entre 24 de março e 30 de junho próximo", salientou.

O ainda presidente do Sporting explicou que "as soluções encontradas foram em estreita colaboração com os dois Bancos parceiros, Millennium BCP e Banco Espírito Santo, bem como com alguns investidores, que sempre perceberam e ajudaram o Clube, com o intuito de garantir a sua sustentabilidade".

"O Conselho Fiscal e Disciplinar, em particular José Maria Ricciardi e Sikander Sattar estiveram sempre ao nosso lado, em todos os momentos, tendo sido indispensáveis na monitorização da procura de soluções para resolver as dificuldades financeiras que o Sporting Clube de Portugal atravessa", sublinhou.

Excluindo-se da corrida ao ato eleitoral de 23 de março, Godinho Lopes realça que "os problemas são conhecidos e certamente os candidatos são portadores das soluções adequadas ao momento".

"Ao futuro Presidente e em linha com a informação entregue aos candidatos, será deixado um documento com a informação considerada indispensável e fundamental. Obrigado a todos os que apoiaram, incentivaram e foram sempre fator catalisador e motivador para este Conselho Diretivo. Tenho consciência que cometi erros, mas trabalhei sempre com esforço, dedicação e devoção", conclui Godinho Lopes.

Os órgãos sociais do Sporting demitiram-se em bloco a 04 de fevereiro, tendo sido marcadas eleições para 23 de março, após um entendimento entre os presidentes do Conselho Diretivo, Godinho Lopes, do Conselho Fiscal e Disciplinar, João Mello Franco, e da Mesa da Assembleia-Geral, Eduardo Barroso.

A Mesa da Assembleia-Geral tinha convocado uma reunião magna para 09 de fevereiro, requerida por um grupo de sócios com vista à destituição de Godinho Lopes, que foi desmarcada após a renúncia dos órgãos sociais do clube lisboeta.

Até ao momento, estão anunciadas três candidaturas à presidência do Sporting, encabeçadas por Carlos Severino, Bruno de Carvalho e João Pedro Paiva dos Santos.

Redação