Quase um terço dos visitantes da 40ª edição da Feira de Mobiliário de Paços de Ferreira, Capital do Móvel, que começa este sábado, virá de Espanha, prevê a organização, fruto das ações de promoção feitas no mercado do país vizinho.
"Estamos a contar com esse número, porque apostámos, de novo, em ações de promoção no mercado espanhol, no qual a marca Capital do Móvel é muito reconhecida", explicou Hélder Moura, presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), entidade que organiza o certame.
Para o representante dos empresários, os clientes de Espanha vêm à procura de um produto de Paços de Ferreira que tem uma relação entre o preço, a qualidade e o 'design' "muito competitiva". Além disso, os visitantes - a maioria com um poder de compra médio ou alto - sabem que, neste certame, são apresentadas as grandes tendências, incluindo peças desenvolvidas propositadamente para serem exibidas na Capital do Móvel.
O dirigente sublinha que o crescimento verificado nos últimos anos ao nível de visitas de clientes espanhóis, sobretudo Galegos, tem contribuído para manter o volume de negócios realizado no evento, que se estima possa ser de cerca de quatro a cinco milhões de euros.
A vinda crescente de compradores do país vizinho acaba, segundo Hélder Moura, por ser a consequência natural da estratégia de internacionalização que o setor, incluindo o comércio, tem dinamizado, começando pelo mercado espanhol.
O representante da AEPF insiste que a internacionalização é a única saída do setor para compensar o recuo acentuado da procura interna.
Neste momento, destaca, o mobiliário já exporta 80% do que produz, tendo registado, em 2012, "um ligeiro aumento", voltando a ultrapassar a barreira dos mil milhões de euros.
Hélder Moura sublinha que o crescimento na exportação tem permitido a esta indústria, essencialmente concentrada em Paços de Ferreira e Paredes, manter o nível de emprego.
Contudo, admite, o cenário não é tão positivo em termos de pequeno e médio comércio, que está muito mais exposto ao mercado nacional.
Muitas das empresas comerciais da região já fecharam, lançando pessoas para o desemprego, ou poderão encerrar se não enveredarem pela internacionalização, seguindo o exemplo de outras que têm conseguido crescer no mercado externo e, assim, resistir melhor à conjuntura nacional.
A participação em certames internacionais e a promoção em torno de marcas próprias e 'design' são condições que a AEPF considera incontornáveis para o sucesso do comércio de mobiliário que opera na região.
A 40 edição da Capital do Móvel vai realizar-se até 17 de março, no pavilhão de exposições de Paços de Ferreira, sendo esperadas cerca de 20 mil pessoas.