António José Seguro acusou, esta sexta-feira à noite, o presidente da República de ter prestado um mau serviço à democracia ao ter transmitido aos portugueses "o erro maior" de "negar a esperança e a evidência de que há um caminho alternativo para sairmos da crise".
"Emdemocracia há sempre soluções, há sempre alternativas. E o piorserviço que à democracia podemos prestar é o da descrença nacapacidade do povo para criar soluções para os problemas com queestá confrontado", afirmou o líder do PS, na abertura docongresso socialista, em Santa Maria da Feira, reagindo ao apoiomanifestado por Cavaco ao atual Governo.
Jána parte final do discurso, Seguro não poupou críticas a Belém: "Oque não posso aceitar, como secretário-geral do PS" é que, "faceàs dificuldades do país, a resposta seja a do fatalismo dopensamento único, a da demissão e da vontade para fazer melhor efazer diferente", declarou, considerando que "erram aqueles quenegam ao nosso país o direito de podermos acreditar que há umcaminho diferente".
ACavaco atribuiu ainda o erro de "negar o desenvolvimento e amodernidade, em vez de uma receita de asfixia e de condenação àpobreza". E o erro de "traçar um quadro de resignação onde seesperaria um apelo ao melhor das energias de todos" para combater aqueda da economia e as desigualdades.
Seguro foi ainda claro ao dizer que o PS só regressa aoGoverno por vontade dos portugueses. E, respondendo ao apelo para umconsenso, afirmou que não lhe podem pedir para apoiar uma políticada qual discorda. Além disso, diz já existir um novo consensopolítico e social no país liderado pelo PS.