Seguro sublinha que a sua responsabilidade é apresentar uma alternativa

António José Seguro fez estas declarações quando chegava ao local do XIX Congresso Nacional do PS, em Santa Maria da Feira, depois de questionado pelos jornalistas se vai assumir uma rutura política com o P«presidente da República, Cavaco Silva.

O líder do PS reagiu imediatamente a essa pergunta: "Por amor de Deus", exclamou.

"Eu não me afasto daquilo que é a minha responsabilidade. A minha responsabilidade é fazer oposição ao Governo e apresentar uma alternativa ao país", salientou o líder dos socialistas.

Apesar da insistência dos jornalistas em perguntas sobre o discurso proferido pelo presidente da República na quinta-feira, na Assembleia da República, durante a sessão solene comemorativa do 25 de Abril, António José Seguro não fez comentários de ordem política.

"Vou falar sobre aquilo que acho que devo dizer aos congressistas e aos portugueses. Teremos oportunidade de falar várias vezes durante o congresso. Este congresso vai ser virado para a apresentação de propostas, tendo em vista a resolução dos graves problemas dos portugueses. É essa a responsabilidade do PS e, em particular, a minha responsabilidade como líder do PS", disse.

Questionado se espera um congresso tranquilo ao longo de três dias de trabalho político em Santa Maria da Feira, Seguro concordou, mas referiu que "o congresso será sempre tranquilo, porque o PS é um partido plural no debate e unido na ação".

Depois, o líder do PS foi confrontado com o facto de o Governo ter marcado uma conferência de imprensa para esta sexta-feira, às 20 horas, precisamente quando estiver a fazer a sua intervenção na sessão de abertura do XIX Congresso Nacional do PS.

Nessa conferência de imprensa, o Governo divulga os resultados das negociações com os bancos envolvidos na contratação por empresas públicas de contratos de 'swaps' de caráter especulativo, através de uma "declaração à comunicação social", no Ministério das Finanças, em Lisboa, a qual ficará a cargo da secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, e do presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, João Moreira Rato.

"É uma novidade, não sabia, não faço nenhuma leitura, mas os jornalistas são inteligentes para fazerem as suas leituras. Não digo absolutamente mais nada, porque há factos que falam por si. Tenho a certeza que os portugueses me vão ouvir", respondeu Seguro.

O secretário-geral do PS afirmou ainda que chega ao congresso do seu partido em Santa Maria da Feira "muito bem-disposto" e salientou que se sente "orgulhoso" de todos os líderes partidários que o antecederam no cargo.

António José Seguro falava aos jornalistas antes de votar na eleição para o cargo de presidente do PS, ao qual se candidata apenas a atual detentora do lugar, Maria de Belém.

Os jornalistas questionaram António José Seguro sobre o motivo de figurar na entrada principal do Europarque a fotografia de todos os secretários-gerais do PS desde 1973.

"Quis que estivessem aqui [em fotografia] todos os líderes do PS, porque esta é a História do partido. Quando olhamos para todos, desde Mário Soares, Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, António Guterres, Ferro Rodrigues e José Sócrates, essa é a História do PS. Orgulho-me muito, mas mesmo muito, de ser líder do PS e saber que todos estes homens foram líderes do PS", disse.

Depois, o secretário-geral do PS contou como ocupou as suas últimas 24 horas, antes de entrar no XIX Congresso Nacional do PS.

"Deixei o meu gabinete às 4 horas (de madrugada) e às 9.30 estava a trabalhar no meu gabinete. Hoje (sexta-feira) estive em reuniões com os líderes dos socialistas de Espanha e França. Depois passei por casa, estive a ultimar a minha intervenção nesta sessão se abertura do congresso e fiz uma viagem quase sempre ao telefone", disse.

Apesar do dia cheio, o líder socialista negou estar cansado fisicamente.

"Estou aqui cheio de energia e muito bem-disposto, muito, muito, muito bem-disposto", salientou.