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Vítima de "carjacking" ajudou na captura dos irmãos Tsarnaev

Testemunho de jovem chinês foi fundamental para detenção dos dois irmãos responsáveis pelo atentado de Boston MARIO TAMA / AFP

Danny, um cidadão chinês de 26 anos, foi fundamental na captura dos irmãos russos responsáveis pelos atentados na Maratona de Boston. O jovem foi sequestrado pelos dois terroristas e pensou que ia morrer.

Danny parou o carro para responder a uma mensagem no telemóvel quando viu um rapaz vestido de preto a aproximar-se.

Tamerlan Tsarnaev bateu na janela e, quando Danny abriu o vidro, entrou na viatura e apontou-lhe uma pistola.

O jovem foi obrigado a conduzir até Watertown, onde pararam para ir buscar Dzhokhar, o irmão mais novo de Tamerlan, que colocou material na mala do veículo. "Provavelmente os explosivos que utilizariam mais tarde contra a polícia", contou Danny.

Os irmãos perguntaram a Danny se o automóvel tinha condições para viajar até Nova Iorque. A meio de uma conversa em russo, o jovem percebeu palavra "Manhattan".

Pelo caminho, a vítima dos Tsarnaev viu uma esquadra da polícia e tentou "mandar mensagens por telepatia". Angustiado, pensou em atirar-se do carro em andamento, mas os dois irmãos ameaçavam disparar sempre que fazia movimentos bruscos ou quando tentava tirar o cinto de segurança.

Durante a viagem, Danny recebeu mensagens e um telefonema mas não pôde responder nem falar em mandarim. "Se disseres alguma palavra em chinês, mato-te", disse-lhe Tamerlan.

Após mais de uma hora na companhia dos dois suspeitos, a oportunidade para fugir surgiu numa estação de serviço quando foram abastecer o carro. O jovem chinês saiu da viatura e correu até à gasolineira em frente, onde o empregado chamou a polícia.

O iPhone e o GPS deixados no carro foram fundamentais para que as autoridades conseguissem localizar os dois suspeitos dos ataques. As declarações de Danny ajudaram os agentes a descobrir os próximos planos dos irmãos: explosões em Times Square, Nova Iorque.

Danny continua sem querer divulgar a sua identidade completa com medo que a comunicação social o localize e por receio do que possíveis cúmplices dos irmãos possam fazer. "Foi um momento de muito medo. Tive muita sorte", conta.

Redação