Mundo

Confrontos em Caracas em protesto contra detenção do líder da oposição

Tensão no centro de Caracas esta sexta-feira à noite JUAN BARRETO/AFP

Uma concentração, em Caracas, para pedir a libertação do líder da oposição venezuelana, Leopoldo López, terminou em confrontos entre manifestantes e a polícia.

Segundo um dirigente do partido Vontade Popular, liderado por Leopoldo López, a polícia lançou gás lacrimogéneo e disparou balas de borracha para dispersar os jovens que se juntaram, esta sexta-feira à noite, numa praça do centro da capital venezuelana.

O Ministério Público venezuelano acusou este sábado, formalmente, Leopoldo López de "instigação pública, associação para cometer delito, danos à propriedade e incêndio em grau de determinador [instigador]". A acusação foi confirmada pela procuradora-geral da República Bolivariana da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, durante uma conferência de imprensa.

Segundo fontes jurídicas, se for culpado dos quatro crimes de que é acusado, o opositor poderá ser condenado a 13 anos, 9 meses e uma semana de prisão.

Com 42 anos de idade e dirigente do partido Vontade Popular, Leopoldo López, entregou-se voluntariamente às autoridades, as 18 de fevereiro, e foi levado para a prisão militar de Ramo Verde, a sul de Caracas.

López foi investigado pela alegada responsabilidade em confrontos violentos que começaram a 12 de fevereiro, com uma numerosa marcha em Caracas, durante a qual três estudantes foram mortos, 66 pessoas ficaram feridas e 69 foram detidas.

Há quase dois meses que se registam diariamente protestos em várias regiões da Venezuela e que, segundo o MPV, ocasionaram a morte de 39 pessoas, entre as quais oito oficiais da polícia e um funcionário do Ministério Público.

Registaram-se também 608 feridos, dos quais 414 são civis e 194 funcionários policiais e militares.

O Movimento Revolucionário Tupamaro, uma das organizações que apoiam a revolução bolivariana, anunciou também que vai recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça para solicitar que seja ilegalizado o partido opositor Vontade Popular por alegadamente tentar minar a democracia venezuelana.

Redação