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Israel vai continuar a destruir túneis do Hamas com ou sem cessar-fogo

O primeiro-ministro israelita afirmou, esta quinta-feira, que o exército vai continuar, "com ou sem cessar-fogo", a destruir os túneis que o movimento de resistência islâmica Hamas usa para lançar, a partir de Gaza, os ataques contra Israel.

"Estamos determinados a concluir esta missão com ou sem cessar-fogo. Nunca aceitaremos qualquer proposta que não permita ao exército israelita terminar este trabalho", declarou à imprensa Benjamin Netanyahu, antes do início do conselho de ministros em Telavive.

Durante a reunião, Netanyahu afirmou que embora não exista "uma solução que ofereça total garantia", as forças israelitas estão agora "a neutralizar uma capacidade que teria permitido aos terroristas matar e sequestrar civis israelitas".

De acordo com os meios de comunicação israelitas, Netanyahu não quer alargar a ofensiva em Gaza e defende uma retirada depois de completa a destruição de todos os corredores subterrâneos construídos pelo Hamas e encontrados até agora.

O exército israelita, que entrou na Faixa de Gaza a 17 de julho onde sabia existirem uma dezenas de túneis, descobriu até agora mais 20, além de 60 passagens e corredores de acesso.

"Até agora, demolimos dezenas de túneis dos terroristas", afirmou o primeiro-ministro, que disse ter o apoio dos principais governos ocidentais para este objetivo.

A destruição dos túneis é "o primeiro passo para a desmilitarização de Gaza", um objetivo para o qual Netanyahu pediu, nos últimos dias, a colaboração da comunidade internacional.

Nas últimas horas, o exército israelita chamou 16 mil soldados na reserva para reforçar e substituir tropas atualmente na operação na Faixa de Gaza.

Em Genebra, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, acusou Israel de desafiar, intencionalmente, o direito internacional na guerra contra o Hamas.

Em conferência de imprensa, Pillay condenou os ataques do exército israelita em Gaza contra casas, escolas, hospitais e centros da ONU. "Nenhum destes ataques pode ser acidental. Parecem desafiar deliberadamente as obrigações definidas no direito internacional", que Israel deve respeitar.

A ex-juíza sul-africana sublinhou que "as duas partes cometem graves violações dos direitos humanos, que podem constituir crimes relativamente ao direito internacional humanitário e direitos humanos".

A operação israelita "Margem Protetora" causou, pelo menos, 1370 mortos palestinianos em 24 dias de conflito, disseram fontes palestinianas. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais de 245 crianças morreram nos ataques, lançados a 08 de julho.

Do lado israelita, o balança situa-se em 56 mortos entre as fileiras do exército e três civis.

Redação