O ex-reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa, assume que se vier a suceder a Cavaco Silva será contra a "destruição do Estado Social".
"Serei um presidente presente, junto das pessoas. Não me resignarei perante a destruição do Estado Social", garantiu na apresentação da sua candidatura a Belém, que decorre no Teatro da Trindade, em Lisboa.
Perante uma apinhada plateia, onde pontuam os ex-presidentes da República Jorge Sampaio e Mário Soares, Nóvoa afirma-se como um candidato sem "filiação partidária" e "cargos políticos" no currículo. Por isso, garante "fazer a diferença".
No evento que marca o arranque da recolha das 7500 assinaturas necessárias para o início da caminhada para a sucessão de Cavaco, o catedrático garante que irá apresentar em breve "uma carta de princípios" da sua candidatura.
Nóvoa, que além de lembrar as suas raízes de Valença começou por agradecer a presença de Soares e Sampaio, realçou que o "Presidente não governa, nem legisla", mas considera essencial que o país "invista nas pessoas, nos recursos da terra e do mar, no desenvolvimento das nossas estruturas".
Alerta que o Estado não pode de deixar de "assumir investimentos estratégicos nos setores decisivos para o futuro". A saber - conhecimento, educação e cultura.
Entre frases de canções de Abril, que vão cerzindo o discurso, diz-se contra a "emigração forçada" de jovens qualificados, que classifica de "o melhor de nos".
O reforço de ligações estratégicas internacionais, "sobretudo no Atlântico Sul", é para o ex-reitor da Universidade de Lisboa uma das vias para "reinventar uma visão estratégica de Portugal, que não se feche na Europa". Esta foi, até agora, a proposta mais aplaudida.
Segundo Sampaio da Nóvoa, a sua caminhada não se baseia nas "dicotomias tradicionais Esquerda/Direita" ou outras, mas em "dinâmicas que estão a surgir na Europa e no mundo", onde desponta a participação de movimentos.
Mesmo sem a presença do secretário-geral do PS, António Costa, que teve em Nóvoa uma figura de relevo no congresso de novembro de 2014, não faltaram destacados militantes socialistas como o líder da concelhia de Lisboa, Duarte Cordeiro, o ex-ministro João Cravinho ou Vitor Ramalho.