Fernando Blanqui Teixeira, antigo deputado comunista à Assembleia Constituinte, morreu, ontem, aos 82 anos. O funeral realiza-se, amanhã, às 11 horas, no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. A partir das 10,45 horas de hoje, o corpo encontra-se em câmara ardente na capela mortuária de São João de Deus, na Praça de Londres.
O Secretariado do Comité Central do PCP emitiu um comunicado manifestando o seu "profundo pesar" pelo falecimento do histórico dirigente, e sublinhou que Blanqui Teixeira "dedicou toda a sua vida à causa dos trabalhadores, da democracia e do socialismo".
"Era um homem de grande seriedade, humanidade e generosidade. Um grande lutador. Um democrata e revolucionário que pagou com a prisão a luta pelas suas convicções e ideais", assinalou Carlos Carvalhas, em declarações à Agência Lusa. O secretário-geral do PCP fez, ainda, questão de enaltecer a opção de vida do antigo dirigente, salientando a sua "dedicação à luta pelo seu povo e pelo partido".
Fernando Blanqui Teixeira aderiu ao PCP em 1944 e tornou-se funcionário quatro anos depois. Foi membro do Comité Central entre 1952 e 2000, da Comissão Política entre 1976 e 1988, e do Secretariado de 1979 a 1996. Coordenou ainda a Comissão de Organização das estruturas do PCP nos Açores, Madeira e pela Emigração.
De acordo com a sua biografia, Blanqui Teixeira foi preso pela PIDE em 1957, mas fugiu no ano seguinte, aproveitando uma deslocação ao Hospital de São José. Detido novamente em 1963, passou mais oito anos na prisão. Só saiu da cadeia em 1971, "na sequência de uma importante campanha pela sua libertação", segundo o comunicado emitido pelo Secretariado.
Eleito deputado à Assembleia Constituinte, Blanqui Teixeira foi substituído, no mandato seguinte, por Vital Moreira.
Engenheiro químico de formação, dirigiu a revista do PCP "O Militante", desde 1975 até há quatro anos. Actualmente, era apenas membro da Comissão Concelhia do Barreiro e dos seus organismos executivos.
