Corpo do artigo
Helena Norte
Refeita do vandalismo que lhe roubou a cobertura de cobre e destruiu parte do equipamento, a Piscina das Marés, em Leça da Palmeira (Matosinhos), reabriu, ontem, ao público. Está tudo pronto para receber os visitantes que não se deixem intimidar com o preço das entradas.
A tranquilidade da esplanada, protegida do vento, e das águas salgadas da piscina quase fazem esquecer que, há pouco mais de meio ano, a emblemática obra do arquitecto Álvaro Siza Vieira ficou gravemente danificada na sequência de um assalto. A cobertura foi totalmente restaurada com o material original e os vestiários tiveram também de ser remodelados, já que, para retirar as tubagens em cobre, os assaltantes destruíram os sanitários.
As obras, suportadas pela Câmara Municipal de Matosinhos, ficaram concluídas a tempo da época balnear e, ontem, as portas abriram-se. Ao princípio da tarde, ainda não se viam veraneantes na Piscina das Marés, o que poderá ser parcialmente explicado pela falta de sinalização e as obras de reconversão da marginal de Leça da Palmeira.
O problema da sinalização já deverá estar hoje resolvido e as obras em frente à piscina não devem demorar mais do que duas semanas até estarem concluídas, segundo Nuno Afonso, responsável pela empresa concessionária. Isto não significa, contudo, que os trabalhos na avenida finalizem tão cedo, já que ainda está em curso a primeira fase da intervenção.
Embora reconheça que o preço das entradas seja superior a outras piscinas - os adultos pagam 3,30 euros e as crianças 1,35, de segunda a sexta-feira, e quase o dobro, ao fim-de-semana -, Nuno Afonso sublinha as características únicas do equipamento, que permitem, por exemplo, tomar banho mesmo que a bandeira esteja vermelha, e a qualidade dos serviços, designadamente a presença permanente de dois nadadores-salvadores e de vários seguranças e a limpeza regular da limpeza da água e do areal. A tranquilidade dos utentes é assegurada com a proibição de uso de aparelhos de som sem auricular.
Número
150
mil euros foi o custo das obras de restauro da Piscina das Marés.
3,30
euros é quanto paga um adulto, à semana.
Trabalhos concluídos em 60 dias
De características únicas no país, a Piscina das Marés, encrustrada nas rochas da praia de Leça da Palmeira, ficou gravemente danificada na sequência do assalto, ocorrido em Novembro passado. O crime saldou-se na extracção de 500 metros quadrados de cobre e na destruição parcial dos balneários. Dois dos presumíveis assaltantes foram identificados pela PSP ainda na posse de parte do cobre e aguardam, em liberdade, o desenrolar das investigações. O carácter invulgar do assalto e a destruição provocada causaram grande consternação pública. A Câmara Municipal de Matosinhos lançou rapidamente o concurso público para as obras de restauro e, em cerca de dois meses, os trabalhos ficaram concluídos. Segundo o vereador António Rijo, responsável pela empresa municipal Matosinhos Sport, o custo da empreitada rondou os 150 mil euros.