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As varinas de S. Pedro foram homenageadas pela Câmara e pela Junta com um monumento evocativo, na rotunda, junto ao Hospital da Figueira da Foz. A cerimónia foi acompanhada por dezenas de pessoas, entre elas algumas varinas que diziam identificar-se com a estátua que perpetua a imagem da "mulher do pescador". "Revejo-me naquela imagem, apesar de as varinas já não andarem com canastras à cabeça" disse, aos JN, Lurdes Bertier, 57 anos, varina desde os nove.
As peixeiras recordam com saudosismo os tempos "outrora difíceis". "Andávamos a pé a vender o pescado e nem sempre conseguíamos regressar com ele todo vendido. Era uma vida difícil", recorda Maria José, 79 anos. "É uma homenagem bonita que fazem à gente, com esta estátua", rematou.
Samuela Matias, da Cova-Gala, é, aos 52 anos, uma das varinas mais conhecidas da freguesia. Identifica-se com o monumento do escultor António Nogueira. "Foi bem escolhido", disse. Duarte Silva e Carlos Simão, presidente da Câmara e da Junta de S. Pedro, enalteceram o papel da varina como "mãe, esposa e educadora". "Mulheres que ficavam meses sozinhas, em virtude dos maridos estarem longe de casa. Agora os tempos são outros e esta é uma homenagem justa", frisou Carlos Simão. P.D.