Obras originais de Mário Viegas, algumas manuscritas ou dactilografadas, vão ser pela primeira vez apresentadas ao público numa mostra que procura homenagear o actor, encenador e declamador que morreu há dez anos. A exposição, que estará patente na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em Lisboa, é constituída por fotografias do actor, de cena, em ensaios ou de promoção, e foi já apresentada no Museu Nacional do Teatro em 2001, além dos textos de sua autoria. Segundo fonte da SPA, "esta mostra reflecte a diversidade e a criatividade de um percurso artístico único no nosso país e que foi prematuramente interrompido".
Mário Viegas, que morreu a 1 de Abril de 1996, foi um dos fundadores da Companhia Teatral do Chiado, Lisboa, tendo-se popularizado, em meados da década de 80, através da televisão em programas de divulgação de poesia. Além de actor e declamador, a exposição procura aprofundar a sua faceta como autor de diversas textos dramatúrgicos.
Mário Viegas foi também um dos fundadores do Novo Grupo e do Grupo 4, tendo-se distinguido pela divulgação da poesia e das principais dramaturgias contemporâneas.
Apesar da curta existência - morreu com 48 anos -, Mário Viegas foi celebrado em vida com uma série de prémios relevantes. A Casa da Imprensa distinguiu-o com dois galardões e a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro premiou-o quatro vezes. Recebeu ainda o Prémio Garrett, o Prémio de Honra do Festival de Teatro de Sitges e o Prémio de Melhor Actor no Festival Europeu de Cinema da Corunha (ambos em Espanha). Em 1993, a Câmara Municipal de Santarém atribuiu-lhe a Medalha de Mérito e, em 1994, tornou-se comendador da Ordem do Infante D.Henrique, um das mais altas distinções do Estado português.
Sobre Viegas, escreveu José Saramago "Pouca gente em Portugal tem valido tanto".
