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O maior acidente aéreo da história do Brasil resultou de uma combinação de erros no controlo aéreo em Brasília, ineficiência na cobertura de rádio no Centro-Oeste e dúvidas sobre procedimentos do piloto e equipamentos em, pelo menos, um dos aviões envolvidos no choque que matou 155 pessoas, afirma a "Folhaonline".
A colisão entre o Boeing 737-800 da Gol e o Legacy comprado por uma empresa dos EUA à Embraer ocorreu na noite de sexta-feira, e a lista de erros já apurados junto das autoridades aeronáuticas e pilotos ainda está carregada de dúvidas.
O avião Legacy, que atingiu o Boeing 737-800 da Gol, pode ter desobedecido às instruções que recebeu da torre de controlo quando partiu de São José dos Campos, segundo reportagem do jornal ''O Globo''. Após a colisão, o avião caiu na mata, na região do Alto Xingu, em Mato Grosso, e os 149 passageiros e seis tripulantes morreram.
Rotas pares e ímpares
O comandante da aeronáutica brasileira , brigadeiro Luiz Carlos Bueno, disse que o plano de voo do avião da Gol estabelecia uma altitude de 37 mil pés e o do Legacy 36 mil pés. "O Boeing estava a 37 mil pés e eles bateram porque o Legacy também estava a 37 mil pés", afirmou.
As informações contrariam as normas de controlo de voo porque os aviões que partem do Norte para o Sul devem voar em rotas ímpares nos níveis, como 35 mil ou 37 mil pés. Quem segue a direcção contrária tem de usar as alturas pares, como 36 mil ou 38 mil pés.
Por outro lado, o jornal "O Estado de São Paulo" diz que os pilotos do Legacy, Joseph Lapore e Jean Paul Palladino, afirmam que voavam a 37 mil pés por autorização da torre de controlo. Os dois teriam revelado também que estavam sem contacto com a torre no momento do choque, mas a aeronáutica desmente esse dado.
A grande dúvida dos especialistas é o motivo pelo qual o sistema anticolisão das duas aeronaves não funcionou.
À Polícia, os pilotos do Legacy disseram que estavam com o equipamento ligado e que ele não acusou a aproximação do Boeing.
Entretanto, o juiz Thiago Souza Nogueira e Abreu determinou a apreensão dos passaportes dos dois pilotos norte-americanos.