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Desde pequeno que gosta de pintar. Seguiu carreira como jornalista, mas recentemente descobriu que precisava de algo mais. Foi assim que, aos 53 anos, Manuel Neto trocou a caneta e o bloco de notas pelo pincel e pelo acrílico.
Com formação em fotografia e cerâmica, Manuel prefere, ainda assim, assumir-se como "um artista autodidacta".
"Desde a juventude que faço experiências com pintura. Mas agora chegou a altura de dar a conhecer o meu trabalho", explica. Longe da ribalta dos circuitos de galerias de pintura, Manuel Neto utiliza o seu atelier na Quinta dos Curvais, na aldeia do Meco, como galeria de arte com entrada livre, onde qualquer pessoa pode ver os seus quadros.
Para o efeito, o pintor remodelou umas antigas cavalariças e criou um espaço dedicado às artes plásticas, com um "show room" de artesanato, cerâmica e produtos naturais.
Natural da Foz, no Porto, o ex-jornalista deixou a cidade para receber a paz e a inspiração do Meco. No entanto, deparou-se com um ambiente onde a arte e os produtos naturais florescem. "Há imensa gente ligada à arte que está cá a fazer coisas interessantes. Adorava que esta aldeia se tornasse um lugar de cultura", diz.
"Um bebé recente"
Embora o gosto pela pintura o acompanhe desde sempre, Manuel Neto admite que o seu trabalho enquanto artista é ainda "um bebé recente". "Tenho diversas fases, ainda não atingi um estilo definido. Gosto de experimentar texturas e materiais diferentes", explica o pintor que, de momento, pensa criar uma marca onde possa associar os seus trabalhos à tecelagem, estampando pinturas da sua autoria em peças de vestuário.
Quanto a expor os seus quadros fora da Quinta dos Curvais, Manuel Neto prefere adiar a decisão. "Por enquanto, ainda não pensei nisso. Quero aproveitar o Verão para produzir. Mas não gostaria de expor nos circuitos tradicionais de galerias, gostaria de mostrar o meu trabalho em espaços alternativos", confessa.