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O caso de um indivíduo que é suspeito de roubar gatos e de os atirar do castelo de Montemor-o-Velho, situação denunciada ontem pela Associação Animal, está a ser investigado pela GNR, que vai começar por identificar o alegado autor e averiguar a existência de procedimento criminal e contra-ordenacional. Um dos actos está registado em vídeo, que, segundo presume a Animal, terá sido filmado por um colega do suspeito e que passou a circular entre os estudantes do secundário de Coimbra.
Foi precisamente por essa razão que o caso chegou ao conhecimento de um professor de uma escola da cidade e do médico veterinário Salvador Mascarenhas, que o denunciaram à Animal. O jovem indicado como suspeito reside em Granja do Ulmeiro, localidade do concelho de Soure. Por essa razão, a GNR de Montemor-o-Velho, que ontem recebeu a participação, alertou também o posto de Soure.
A prioridade, segundo fonte policial, será agora proceder à identificação da pessoa que é indicada como suspeita e averiguar a existência de procedimento criminal, verificando se nas aldeias dos dois concelhos "existem lesados". Caso se confirme que os gatos foram retirados a alguém, o indivíduo em causa pode ser processado pelos crimes de furto e dano (por lhes ter provocado a morte), afirma ao JN o jurista António Marinho Pinto. O advogado acrescenta ainda que o gato tem um valor económico e afectivo, para efeitos de eventual pedido de indemnização.
Este caso consubstancia a prática de uma contra-ordenação, como refere a Animal. Se as diligências da GNR assim concluirem, o caso será encaminhado para a Direcção Regional da Agricultura, para aplicação de possível coima que varia entre os 500 e os 3740 euros.
Para Miguel Moutinho, presidente da Animal, o que este jovem faz "não pode ser compreendido ou aceite" e se Portugal "fosse um país civilizado, o seu quadro penal contemplaria pena de prisão para quem cometesse actos desta natureza".