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A compra do edifício onde, desde 2002, está instalado o mercado municipal de Viana do Castelo, foi, ontem, aprovada por unanimidade pelo Executivo camarário, que se reuniu extraordinariamente para o efeito. Posta de parte foi, assim, uma eventual permuta do imóvel (assim como de terreno situado na Via de Entre-Santos), que havia sido proposta pela empresa vencedora do concurso para a construção do parque de estacionamento subterrâneo do logradouro da Autarquia, firma essa que é, também, proprietária dos referidos imóveis. Pelo antigo edifício da EPAC vai, agora, a Câmara desembolsar 962 mil euros. "Continuará a ser uma solução provisória, uma vez que a nossa intenção é a de instalar o mercado municipal no centro da cidade (no espaço onde se encontra o prédio Coutinho)", afiançou o líder do Executivo, Defensor Moura.
"Como a permuta poderia levantar problemas, nomeadamente, à Oposição, que a pôs logo em questão, entendemos que este é um negócio com toda a transparência. É uma aquisição que tem agora lugar porque há dinheiro para isso. Não temos nada a esconder", acrescentou o autarca, numa alusão às verbas arrecadadas com a venda do subsolo do logradouro. A propósito, na última reunião, a Oposição, pela voz de Carvalho Martins (PSD), referiu-se à permuta como um "excelente negócio" para a Autarquia, porém, acrescentou "tenho dúvidas, que se prendem com a entrega dos bens (o edifício da EPAC e o terreno da Via de Entre-Santos) como forma de pagamento pela concessão (do logradouro)".
Aprovada na reunião de ontem - com a abstenção dos eleitos do PSD -, viria, também, a ser a aquisição do terreno da Via de Entre-Santos. Situado em plena Rotunda da Abelheira, à entrada da cidade, custará aos cofres da Autarquia 143 mil euros. Uma vez nas mãos da Câmara, pretende o Executivo juntar a parcela a um outro terreno, situado no mesmo local, e, posteriormente, alienar o conjunto por um preço base de 962 mil euros. A venda do terreno, que contou, também, com a abstenção dos vereadores do PSD, permitirá, segundo Defensor Moura, a construção de imóvel com quatro mil metros quadrados de área. "Não concordamos com o arranjo previsto para o local, apesar de tal constar do Plano de Urbanização", considerou, a propósito, Carvalho Martins.
No centro da rotunda, que, após as referidas intervenções, disporá de área "semelhante à da Praça da República", pretende a Autarquia criar uma zona de lazer e instalar um parque infantil "completamente fechado". Segundo Defensor Moura, o acesso ao futuro espaço será feito através de passagem inferior. Luís Henrique Oliveira