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Quando na próxima sexta-feira, 7 de Setembro, abrirem as portas da Quinta da Atalaia, na Amora, no Seixal, para a 31ª edição da Festa do Avante!, os milhares de visitantes que por ela entrarão vão deparar-se com um elemento simbólico do concelho da Figueira da Foz, a Torre do Relógio.
A Torre do Relógio da Figueira, situada junto à praia que hoje já ganhou o seu nome, datada de meados do século passado, foi a primeira torre de arte contemporânea a ser construída em Portugal. A Festa do Avante! recebe assim um dos mais conhecidos elementos da Praia da Claridade, que será o mote da abordagem que aí será feita sobre o mar e as actividades marítimas, que, na opinião dos comunistas figueirenses, podem e devem continuar a ser factores de desenvolvimento, de criação de riqueza e de progresso.
Quem se dirigir à Quinta da Atalaia poderá ainda encontrar o artesanato, a gastronomia e os vinhos da região de Coimbra e ouvir um pouco do seu folclore.
Para esses três dias, constroem os comunistas portugueses uma cidade sonhada, um espaço de liberdade, de cultura, de desporto, de debate, um espaço onde se mistura a música dos mais variadas proveniências com as diversas artes do palco, onde convivem lado a lado uma importante bienal de artes plásticas e as mais diversas manifestações de artesanato de todo o país.
Durante estes três dias a Festa do Avante! recebe ainda o exemplo da luta de organizações comunistas e progressistas dos quatro cantos do mundo. Pela Atalaia passaram já, e até à próxima sexta-feira continuarão a passar, milhares de homens e mulheres, de todas as idades, de todas as profissões, que emprestarão um pouco do seu esforço, fins-de- -semana, finais de tarde, dias de férias, para erguer o maior evento político-cultural que se realiza no nosso país. Ao longo dos três dias de Festa serão dezenas de milhares os que, voluntariamente, se encarregarão das inúmeras tarefas necessárias ao seu bom funcionamento.
A Festa do Avante! não é um intervalo na vida de um partido pesado, fechado e cinzento. A Festa só é possível pelos ideais humanistas que orientam este partido e os que o acompanham.
Só uma força que vê na felicidade da humanidade o seu objectivo final, e sublinhe-se de toda a humanidade e não só de uns poucos, poderia assim construir aquele espaço de alegria, amizade e camaradagem.
Só uma força que coloca no centro das suas preocupações os trabalhadores, os que produzem riqueza, os homens e mulheres que ganham a sua vida a partir do seu trabalho, poderia depois contar com eles, com o seu esforço, com a sua dedicação, com os seus saberes, para esta tarefa gigantesca de fazer a Festa do Avante!
Aqueles que constroem e remendam os barcos, os que fazem frente ao mar e às contrariedades, os que puxam as redes para alimentar os seus, os que trazem o sol da Figueira estampado nos rostos, são homens e mulheres de vidas muito duras, que dia após dia não desistem e, contra as políticas dos sucessivos governos e contra os desmandos da Política Comum de Pescas, têm garantido a sobrevivência da pesca como marca das nossas costas. Será deles um canto na Festa do Avante!
